Ricardo Gonçalves alerta que “quando chamamos os governantes ao nosso território devemos mostrar o que falta fazer e não o que está feito”

21 Junho 2024, 16:00 Não Por André Azevedo

O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, foi o orador a cargo da sessão de abertura da palestra da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, realizada na Casa do Campino, em Santarém, na tarde de quinta-feira 20 de junho.

O autarca começou por referir que o Ribatejo é a região do país que mais pode crescer, já que é a que piores indicadores económicos apresenta, relembrando os censos de 2021 que indicam que, à excepção de Benavente, “todos os municípios perderam população”, lamentou.

O facto de o Ribatejo ser uma zona de “população envelhecida onde escasseia a mão de obra”, segundo o autarca, faz com que a atratividade para novas empresas seja baixa. Ainda assim, há algumas atividades económicas em expansão como “a agro-indústria ou o sector logístico”, dando como exemplo a criação da base logística da Mercadona, em Almeirim.

Ricardo Gonçalves alertou ainda para o facto de não haver investimento do Governo com valor “multiplicador e acelerador”, relembrando que a última obra que considera ter esse efeito foi a construção da Ponte Salgueiro Maia, que liga Almeirim a Santarém, construída quase há 30 anos.

“Quando chamamos os governantes ao nosso território devemos mostrar o que falta fazer e não o que está feito”, vincou o autarca, alertando que os ministros com poder de desenvolvimento regional têm que fazer investimentos para aproximar o Ribatejo das outras regiões do país.

A escolha da localização do novo aeroporto recair sobre o campo de tiro, no concelho de Benavente, foi alvo de críticas pelo autarca, já que segundo o mesmo, o relatório da Comissão Técnica Independente mostrava que a solução Santarém era que mais trazia coesão territorial ao país.

Com a criação da nova NUTS II, que engloba Ribatejo e Oeste, o autarca garante que a criação de estratégias de desenvolvimento devem-se focar nessa divisão administrativa, e não na actual, que deixa o distrito de Santarém dividido entre Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo (Lezíria do Tejo) e CCDR do Centro (Médio Tejo).

“Não olhamos para o território como um todo e isso traz dificuldades”, vincou Ricardo Gonçalves.

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