Produtores de milho de Portugal concentraram-se em Coruche que “tem condições ideais” para promover o sector (Com Fotos)

28 Setembro 2021, 21:32 Não Por João Dinis

A Estação Experimental António Teixeira, em Coruche, recebeu esta terça-feira, 28 de Setembro, o dia de campo da Anpromis – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo, que juntou os produtores de milho de Portugal e diversos agentes fornecedores do sector.

Entre as mais recentes inovações tecnológicas para a produção do milho, os mais recentes fertilizantes, produtos para a rega e sementes, foram vários os pontos de interesse que foram apresentados aos agricultores, com as empresas da área a marcarem presença massiva em Coruche.

O Presidente da Anpromis, Jorge Neves, que presidiu ao evento, frisou que o Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo, que se encontra instalado em Coruche, numa parceria entre a associação, o Município de Coruche e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I. P. (INIAV), “ tem as condições ideais para promovermos o que fazemos, ensaios de milho, ensaios de adubos, fazemos ensaios de herbicidas e mecanização. Conseguimos juntar neste espaço tudo aquilo que diz alguma coisa aos produtores de milho, portanto é o sítio ideal e a parceria ideal com o INIAV e com a Câmara Municipal de Coruche para prosseguirmos com este com este tipo de iniciativas.”

Questionado se o grande desafio para os agricultores que se dedicam ao milho seria a produção de serial que respondesse às necessidades do mercado português, Jorge Neves começa por salientar que primeiro que tudo importa preservar a condição económica dos agricultores, “os agricultores são empresários como qualquer outro, tem que viver do seu trabalho como qualquer outra pessoa, e portanto tem que haver uma remuneração justa, quer do mercado, quer de apoios comunitários para estes produtores”, disse, acrescentando que “é importante que se mantenham as condições para que esses agricultores prossigam a produzir milho”.

Outra das preocupações é o ambiente, a poupança de recursos hídricos e o impacto do ambiente, salientando que só com uma agricultura robusta se pode falar em coesão territorial, “se nós não produzirmos, porque é com a produção que existe coesão territorial, é manter os agricultores a produzir no interior que se mantém a coesão territorial, a componente ambiental não vem só do facto de se fazer a cultura, mas também vem do facto e dos riscos que nós temos de abandono se não fazermos a cultura”.

A água e a interioridade serão os grandes desafios para os agricultores nos próximos anos, e isso foi enfatizado pelo Presidente da Anpromis, que salienta que “a água é fundamental para se produzir, a produção em sequeiro é uma coisa que é consensual que não é viável para uma agricultura que se quer moderna”, acrescentando que o território também é fundamental “porque a cultura do milho ocupa cerca de 100 mil hectares em Portugal, e portanto 100 mil hectares de terra arável irrigada é uma coisa que não abunda infelizmente em países como Portugal.”

Presente no certame esteve também a vice-presidente da Câmara Municipal de Coruche, Fátima Galhardo, que reiterou todo o apoio do município ao Centro de Competências do Milho e do Sorgo instalado no concelho de Coruche, deixando ainda uma palavra aos agricultores, que muitas vezes se queixam com a falta de rede das operadoras móveis para realizar os seus trabalhos cada vez mais dependentes das novas tecnologias, de que o município tudo irá fazer para colmatar essa lacuna no concelho.

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