Produção de uvas caiu entre 10% a 15% mas qualidade aumentou na Lezíria do Tejo em 2024
28 Setembro 2024, 20:03A produção de uvas caiu entre 10% a 15% no ano de 2024, segundo o presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Tejo (CVRTejo), Luis Castro, informou ao NS à margem da Festa da Adiafa, realizada na tarde de sábado, 28 de setembro, nas Portas do Sol, em Santarém.
Embora dê nota desta queda na produção, especialmente nas uvas brancas, Luis Castro afirma que não é alarmante para o sector, referindo que estes valores são normais e não há razões que expliquem esta queda.
“O ano passado foi um ano de grande produção, este ano foi um ano de menor produção e se calhar no próximo ano vai ser outra vez de grande produção”, explica o presidente da CVRTejo, acrescentando que o setor do vinho deve ser encarado sempre num prazo de dez anos e não ano a ano.
Os números oficiais só são contados em Novembro, quando os produtores entregam as declarações de produção e Luis Castro afirma que “até ao lavar dos cestos é vindima”.
A queda da produção é também notada por Anabela Tereso, proprietária da Quinta da Atela, em Alpiarça. A produtora de vinho explica também que embora se note uma ligeira queda na produção, as uvas são de melhor qualidade, acabando por compensar essa quebra.
A Festa da Adiafa, uma iniciativa no âmbito da Cidade do Vinho 2024, trouxe a Santarém o que melhor se faz no setor vitivinícola. Vários produtores deram a provar os seus melhores produtos ao público.
Apoios ao setor vitivinícola têm de ser mais expeditos
Questionado pelo NS sobre a necessidade de haver mais apoios ao setor, Luis Castro afirma que mais importante que aumentar os apoios ao setor é aumentar a rapidez com que os apoios existentes são despachados.
“Para vender é preciso promover e para promover precisamos que o nosso Governo seja mais célere na apreciação dos projetos”, afirma Luis Castro.
O presidente da CVRTejo lamenta ainda os “tempos infinitos” que os pedidos de pagamento demoram a ser processados pelos organismos governamentais, que desmotivam os produtores a investir na venda, acumulando excedentes no final do ano.
Luis Castro mostrou-se ainda agradecido pela presença de José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, afirmando que é uma alteração do panorama de uma entidade que andou “arredada do Ribatejo durante anos”.
“O enoturismo é um setor que vai crescer muito nos próximos anos e finalmente temos contado com o apoio da ERTAR no que diz respeito a este setor”, vinca.