A Estação Experimental António Teixeira, em Coruche, foi palco esta terça-feira da assinatura de um protocolo que une privados e público na luta contra a praga de javalis, que tem causado sérios danos e prejuízos, sobretudo nas culturas de milho.
De acordo com os dados da Anpromis, que ali organizou o seu Dia de Campo, em 2024, os prejuízos causados pelos javalis nas searas de milho ascenderam a nove milhões de euros, o que levou a que a associação impulsionasse a assinatura deste protocolo que junta nove entidades, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Universidade de Aveiro, Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e pela Associação Portuguesa de Matilhas de Caça Maior (APMCM), que vão agora estudar o melhor método para a diminuição do impacto dos porcos selvagens nas culturas, especialmente nas searas de milho.
O protocolo estabelece as bases para a realização de ensaios para avaliar a eficácia dos mecanismos de dissuasão dos javalis, como redes de ovelheiras, redes eletrificadas, barreiras luminosas ou sonoras e dispositivos combinados.
Através deste documento, o ICNF comprometeu-se a executar as suas obrigações de informação e cooperação, a disponibilizar informação e a acompanhar a execução dos trabalhos.
À Universidade de Aveiro cabe afetar meios humanos e informáticos para a execução do protocolo e elaborar e submeter ao ICNF relatórios inicial, intermédio e final.
Já a Anpromis, INIAV, DGAV, CAP e APMCM vão disponibilizar “informação, documentos e orientações necessárias” à execução do documento.
O protocolo vai decorrer por 16 meses, entre setembro de 2025 e dezembro de 2026.
A primeira fase, entre setembro e dezembro de 2025, será dedicada ao estudo e seleção dos mecanismos de exclusão dos javalis e à definição da metodologia experimental a aplicar.
Por sua vez, a fase dois, entre janeiro e outubro de 2026, será para avaliar a eficácia dos mecanismos.
Já a última fase, a decorrer entre novembro e dezembro de 2026, tem como metas a divulgação, sensibilização e formação.
Testemunha da assinatura deste protocolo foi o Ministro da Agricultura e do Mar, José Manuel Fernandes, que ao NS disse aguardar com expectativa os resultados do estudo que agora se iniciará, “para podermos executar as medidas quer de exclusão, quer de dissuasão”.
O governante recordou ainda a recente alteração à Lei da Caça, que permite caçar javalis em qualquer momento, e defendeu a valorização da carne desta espécie como forma de tornar o produto mais atrativo e contribuir para o equilíbrio populacional
José Manuel Fernandes espera que se consiga fazer o controlo da praga de javalis, desejando “que não haja outros impedimentos de outra natureza que transcendem o Ministério da Agricultura”.






