Portugal celebrará Dia Nacional dos Jardins em honra a Gonçalo Ribeiro Telles

17 Setembro 2022, 12:20 Não Por Redacção

Foi aprovado esta sexta-feira no Parlamento, por unanimidade, instituir o dia 25 de Maio, como o Dia Nacional dos Jardins, em honra e memória ao arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, falecido em Novembro de 2020.

O diploma final congrega três projectos apresentados por PS, PSD e PAN, e refere que  instituição de 25 de Maio (dia do nascimento de Gonçalo Ribeiro Teles) como Dia Nacional dos Jardins pretende celebrar “a importância e a vivência destes espaços, bem como o legado de Gonçalo Ribeiro Telles na protecção do ambiente, na defesa da paisagem e na promoção da qualidade de vida dos cidadãos”.

Na base deste projecto esteve a iniciativa de uma turma do décimo ano de escolaridade do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes, de Portimão, de onde surgiu a petição, “Criação do Dia Nacional dos Jardins a 25 de Maio”, que recolheu 1.121 assinaturas.

O arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, figura pioneira na arquitectura paisagista em Portugal, morreu em 11 de Novembro de 2020, em Lisboa, aos 98 anos.

Nascido em 25 de Maio de 1922, em Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles foi autor de projectos relevantes na capital, como os Corredores Verdes e os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, obra que assinou em conjunto com António Viana Barreto, e que viria a ser distinguida com o Prémio Valmor, em 1975.

Ribeiro Telles licenciou-se em Engenharia Agrónoma e Arquitectura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia, e iniciou a vida profissional na Câmara Municipal de Lisboa, onde trabalhou com Francisco Caldeira Cabral, com quem viria a publicar “A Árvore em Portugal”.

Figura tutelar da defesa da ecologia para fundamentar a intervenção na paisagem e no território, Gonçalo Ribeiro Telles foi responsável pelo lançamento da política de ambiente em Portugal, cuja legislação incentivou quando passou por vários cargos públicos, nomeadamente como ministro de Estado e da Qualidade de Vida, entre 1981 e 1983.

No plano político, participou nas campanhas eleitorais dos movimentos monárquicos populares e, antes do 25 de Abril, foi candidato nas listas da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD).

No plano cultural, foi um dos fundadores do Centro Nacional de Cultura (CNC).

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