População portuguesa diminuiu em 10 anos, mas número de agregados familiares aumentou

25 Janeiro 2023, 8:10 Não Por Lusa

A população portuguesa diminuiu nos últimos 10 anos, mas o número de agregados familiares aumentou 2,6%, com os núcleos monoparentais cada vez em maior número, tal como os casais sem filhos.

De acordo com a informação apresentada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre as estruturas familiares, e que tem por base as estatísticas dos Censos 2021, em Portugal existem 4.149.096 agregados domésticos privados.

Segundo o INE, entende-se por agregado doméstico privado um “conjunto de pessoas que tem a residência habitual no alojamento familiar ou a pessoa independente que ocupa um alojamento familiar”, sendo que, neste último caso, trata-se de um agregado doméstico unipessoal.

Nestes últimos 10 anos, a estrutura da família portuguesa alterou-se e a generalidade das famílias estão mais pequenas, havendo também cada vez mais pessoas que têm filhos sem estarem casadas, e também maior diversidade familiar.

Prova disso está no facto de as famílias monoparentais e as famílias reconstituídas representarem já 27,4% dos agregados. Entre 2011 e 2021, as famílias monoparentais cresceram 20,7%, representando hoje 18,5% do total das famílias, enquanto os núcleos familiares reconstituídos são 8,8%. 60% das crianças nasceram em famílias monoparentais.

Os núcleos familiares reconstituídos são aqueles em que existe um casal com um ou mais filhos biológicos ou adotados e em que, pelo menos, um deles é apenas de um dos membros do casal.

De acordo com os Censos 2021, existiam nesse ano 3.127.714 núcleos familiares, sendo que a maioria dizia respeito a famílias com filhos, entre 45,3% de casais com filhos e 18,5% de famílias monoparentais.

No entanto, a proporção de famílias de casais com filhos diminuiu 12,3% em relação a 2011, enquanto os casais sem filhos aumentaram 0,03% e as famílias monoparentais cresceram 20,7%.

Prova de que as famílias portuguesas estão mais pequenas está no aumento sobretudo de agregados domésticos constituídos por uma e duas pessoas e um decréscimo nos agregados de três e quatro pessoas.

“O número de agregados domésticos privados unipessoais aumentou 18,6% e o de agregados domésticos privados constituídos por quatro pessoas diminuiu 8,8%”, refere o INE.

Em 2021, os agregados domésticos constituídos por uma só pessoa representavam 24,8% do total dos agregados, enquanto os agregados com quatro pessoas representavam 14,7% e os agregados com cinco ou mais pessoas correspondiam a 5,6%.

“A dimensão média dos agregados domésticos privados diminuiu de 3,7 para 2,5 pessoas, de 1970 a 2021, refletindo novas formas de organização familiar, assentes em estruturas familiares de menor dimensão e com novas configurações”, diz o organismo.

Na análise aos agregados familiares constituídos por uma só pessoa, percebe-se que são pessoas mais velhas, reformadas e com menor nível de escolaridade, havendo 1.027.871 em 2021, mais 161.044 do que em 2011, um “crescimento expressivo” relacionado com fenómenos demográficos como o aumento da esperança média de vida.

Metade destes agregados (50,3%) eram compostos por pessoas com 65 anos ou mais, e apesar de grande parte desta população já estar reformada (48,9%), uma percentagem elevada (40,6%) ainda era ativa. A generalidade destes agregados eram compostos por mulheres (61,4%).

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