Cerca de três dezenas de pessoas juntaram-se em frente à Urgência do Hospital de Vila Franca de Xira em protesto contra o encerramento da urgência pediátrica no sábado, 15 de março, data a partir da qual o serviço passa a encerrar durante a noite e ao fim de semana.
Pedro Leal, um dos organizadores do protesto, lamenta o encerramento do serviço que considera fundamental, já que durante os períodos que está encerrado, os utentes terão que se deslocar para o Hospital D. Estefânia, em Lisboa.
Relativamente ao Centro de Atendimento Juvenil e Infantil (CAJI), que abriu como forma de mitigar o encerramento das urgências, não é solução, uma vez que não dispõe dos meios de diagnóstico que o Hospital tem, nem está aberto na totalidade do tempo que a urgência está encerrada.
“As crianças continuam cá. Não foi a necessidade que diminuiu, foi a capacidade do Hospital”, lamenta Pedro Leal, acrescentando que a redução dos clínicos especialistas em pediatria foi a causa do encerramento do serviço.
Já o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, lamenta a política de centralização adoptada pelo SNS, lembrando que nos concelhos limítrofes à Grande Lisboa vivem dois milhões de pessoas e apenas 500 mil no centro da cidade, onde cada vez mais serviços se concentram. O autarca lamenta ainda a gestão feita no Hospital de Vila Franca de Xira, que tem também as urgências de obstetrícia a funcionar de forma intermitente.
O NS conseguiu falar com a administração do Hospital que garantiu que o encerramento é apenas transitório, derivado da falta de pediatras. Medina do Rosário, Diretor Clínico para os Cuidados de Saúde Primários, em declarações ao NS, explicou que neste momento há profissionais de baixa médica prolongada e de licença de maternidade, o que reduziu os quadros médicos da unidade.
O médico garante que o CAJI está dotado dos meios de diagnóstico necessários ao correto funcionamento e que conta com pediatras “contratados a outra instituição” do foro privado. Questionado sobre o porquê de esses profissionais integrarem o CAJI e não a urgência, o diretor clínico afirmou que os profissionais que estão no setor privado “não querem trabalhar nos serviços de urgência”.