População descontente com construção de ETAR

19 Janeiro 2023, 16:37 Não Por João Dinis

Embora desejassem a construção de uma solução para os tratamento dos seus esgotos, a população das Courelas da Amoreirinha, no concelho de Coruche, está descontente com a localização escolhida pela Águas do Ribatejo e pela Câmara Municipal de Coruche para a construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e sobretudo pela destruição dos lavadouro públicos.

Um grupo de populares, maioritariamente idosos, lamentou ao NS que a Câmara de Coruche não tenha dado uma justificação para a destruição dos lavadouros construídos, “com os nossos contributos, foi a população que há cinquenta anos se uniu e conseguiu construir os lavadouros”, explicam-nos as populares.

O Presidente da Câmara esteve aqui e não nos disse nada…”, lamentam, mas ainda assim com esperança que a nova obra possa resolver parte dos problemas do saneamento da aldeia, que quando há cheias sofre bastante com o escoamento das águas residuais, que são encaminhadas para fossas sépticas, as únicas que ainda existem no concelho de Coruche.

Apesar de agora quase toda a população ter máquina de lavar roupa, “ainda utilizávamos os tanques, sobretudo no Verão para lavar cobertores ou roupas maiores”, diz-nos uma das moradoras, que refere também esperar que a Junta de Freguesia do Biscainho “tivesse uma palavra para com a população”.

Ao NS Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche e das Águas do Ribatejo, refere que a construção da ETAR das Courelas da Amoreirinha está inserida numa “intervenção estratégica por parte das Águas do Ribatejo, no sentido de substituir as fossas sépticas ou as fossas tanques nestas localidades de menor dimensão”, como já aconteceu na Malhada Alta, também no concelho de Coruche.

Estes elementos de tratamento de esgoto são elementos que já estão completamente obsoletos, ou seja, as fossas sépticas que existiam nas Courelas da Amoreirinha, que recebiam os esgotos daquelas populações, estavam numa situação de insalubridade e de, portanto, constituir até um perigo para a saúde pública”, pelo que o Município e a Águas do Ribatejo entenderam por bem “adquirir um terreno onde estavam situados aquelas componentes dos lavadouros das Courelas da Amoreirinha”, por ser a única localização na aldeia onde “se podia fazer chegar os esgotos de forma gravítica, sem estar a construir uma estação elevatória”, justifica.

Francisco Oliveira, refere ainda que ficou o compromisso, não só com a população, mas também com a Junta de Freguesia do Biscainho, de além da construção da ETAR, ser efectuada também a requalificação dos esgotos da povoação, “a única no concelho de Coruche que não tinha uma ETAR”, bem como a construção de novos lavadouros, “provavelmente não de uma dimensão tão grande como aqueles que estavam construídos, porque só eram utilizados dois lavadouros praticamente”, esclarece.

Há esse compromisso da parte da Câmara Municipal, não obstante a pouca utilização que os lavadores tinham, que no fim da obra estar concluída, faremos os lavadouros de utilização colectiva para aquela população, sendo que a gestão dos mesmos será da Junta de Freguesia”, refere o autarca, que acrescenta ainda que a obra tem como pretensão “qualificar o sistema de esgotos daquela povoação, por forma a que também as Águas do Ribatejo e a Câmara Municipal estejam a contribuir para a componente ambiental”, passando assim a entrar nas linhas de água, uma água tratada ao invés do que acontece actualmente onde é colocada água com cargas poluentes.

A construção da ETAR das Courelas da Amoreirinha resulta de um investimento de 424.437,91 euros, acrescidos de IVA por parte da Águas do Ribatejo e da Câmara Municipal de Coruche.

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