Pombos ocupam prédio e colocam em risco saúde de famílias

3 Maio 2021, 18:24 Não Por João Dinis

Os moradores do Edifício São José, na rua 5 de Outubro, em Coruche, têm vivido no último ano um verdadeiro sobressalto, depois de uma praga de pombos se ter instalado num prédio em construção contíguo às suas habitações.

O prédio encontra-se inacabado, depois da empresa construtora ter entrado num processo de insolvência, sendo que a construção inacabada reverteu para o Banco Montepio, que parece agora quer-se manter à margem de todo o processo.

Segundo nos conta Ana Sousa, moradora no quarto andar do edifício, “todos os dias há dejectos e aparecem pombos mortos no prédio”, o que torna difícil até o simples processo de deixar roupa a secar, o que leva os moradores a temer pela sua saúde.

O facto de o prédio se encontrar inacabado propicia que os pombos se reproduzam com muita facilidade, bem como permite que a água se infiltre nos prédios vizinhos.

No Verão são os dejectos dos pombos, penas e os pombos mortos”, refere-nos a moradora, que salienta que no Inverno o problema se agrava, “com a água, os dejectos e os pombos mortos acabam por ser transportados para o nosso prédio”, referindo que o cheiro é muitas vezes insuportável, temendo estes pela sua saúde.

Ana Sousa dá-nos mesmo o exemplo da roupa que deixa na corda. “Se de manhã deixar roupa na corda, à tarde está cheia de penas e dejectos”, “é complicado continuar assim”, desabafa, pedindo uma solução para o problema que afecta as famílias que ali residem.

O Município de Coruche está a par da situação, tendo mesmo realizado uma inspecção, que contou com a presença da Protecção Civil, Autoridades de Saúde, segurança e técnicos da autarquia, que viram no local as condições em que o prédio se encontra, intimando o Banco Montepio a realizar as intervenções necessárias a terminar com esta situação, nomeadamente afastar a praga de pombos que ali se instalou, tapar as janelas e demais possibilidades de entrada no prédio e demais obras necessárias.

Apesar da intimação por parte da Câmara Municipal, que deu ao proprietário um prazo, que estará a terminar, para a realização das obras, o Banco Montepio não realizou até ao momento qualquer intervenção no espaço, recusando também uma resposta à administração do condomínio do Edifício São José, que anteriormente alertaram para a situação que coloca em causa a saúde das pessoas que ali habitam.

Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche esclareceu-nos que de momento a autarquia não pode fazer mais que intimar os proprietários do imóvel a realizar as obras necessárias, sendo que após terminado o prazo dado pela autarquia, aí estes poderão intervir, no superior interesse da saúde dos habitantes do Edifício São José.

O autarca refere-nos ainda que “este não é caso único em Coruche,”, sobretudo na zona histórica, onde existem alguns prédios devolutos, que estão também a merecer a atenção da autarquia, que alertou já diversos proprietários para a necessidade de intervenções para conter as pragas de pombos ali existentes.

O Notícias do Sorraia contactou o Banco Montepio, com o objectivo de perceber se a entidade, que tem o imóvel à venda no seu site, irá proceder às intervenções necessárias, sendo que nos foi prometida uma “rápida resposta”, que não nos chegou até ao momento.

Banco corta luz e inunda garagens

No passado mês de Dezembro, fruto das fortes chuvas que inundaram o país, as garagens do Edifício São José ficaram completamente inundadas, colocando em causa a segurança os utilizadores dos elevadores.

Ao local teve que acorrer a Protecção Civil e Bombeiros Municipais, que verificaram que a electricidade que alimentava as bombas de extracção de água havia sido desligada o que provocou a inundação que colocou em risco os habitantes do prédio.

De acordo com o que o Notícias do Sorraia apurou, o Montepio recusa-se também a custear esta intervenção, alegando que não deu o alerta para a ocorrência e que não foi responsável pela situação.

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