A Direção da Organização Regional de Santarém do PCP (DORSA) reuniu para avaliar os resultados das eleições autárquicas, analisar a situação política nacional e regional e definir linhas de trabalho para o reforço da intervenção do Partido. No final da reunião, a estrutura comunista saudou os militantes do PCP, os ativistas do PEV, os membros da Associação Intervenção Democrática e os independentes que integraram a campanha da CDU, destacando o empenho e a dedicação demonstrados num contexto político e social que considerou “profundamente adverso”.
A DORSA sublinhou que a CDU se mantém como uma força relevante no poder local do distrito, tendo eleito 5 vereadores, 24 representantes em Assembleias Municipais e 62 em Assembleias de Freguesia, totalizando 91 eleitos. Destacou ainda a presidência das Juntas de Freguesia de Barrosa, em Benavente, e de Carregueiros, em Tomar. Apesar disso, a organização reconhece a redução da expressão eleitoral da CDU, com a perda da maioria no município de Benavente e nas freguesias de Benavente, Couço e Samora Correia, considerando este resultado “um recuo nas condições para assegurar uma gestão autárquica de acordo com os interesses das populações”.
Em comunicado, a DORSA reafirma a determinação dos eleitos e ativistas comunistas em continuar a lutar pela defesa dos direitos das populações, com base num projeto autárquico “marcado pela participação, pela proximidade e pela valorização do interesse público, dos trabalhadores, do associativismo e dos valores ambientais”.
No plano político, a estrutura distrital considera que a região de Santarém enfrenta “a intensificação de uma política de exploração e injustiças”, que associa a partidos como Chega, Iniciativa Liberal e PS. O PCP denuncia o agravamento das desigualdades salariais e sociais, a degradação dos serviços públicos, nomeadamente na saúde e na educação, e a falta de investimento em infraestruturas e transportes. Critica também o que considera ser “a destruição do Serviço Nacional de Saúde”, apontando como exemplo o risco de encerramento das urgências pediátricas de Abrantes e Santarém, bem como a transformação dos centros de saúde de Benavente e Samora Correia em parcerias público-privadas.
A DORSA compromete-se a combater “a política de exploração e retrocesso social”, apelando à mobilização dos trabalhadores e das populações e garantindo a apresentação de propostas alternativas no âmbito do Orçamento do Estado para 2026. O PCP lembra que a resistência a esta política se tem refletido em várias lutas, como a jornada promovida pela CGTP-IN em setembro, e apela à participação nas greves e manifestações previstas, incluindo a marcha nacional convocada para 8 de novembro em Lisboa.
A organização comunista reafirma ainda a condenação do que classifica como “genocídio do povo palestiniano levado a cabo por Israel com o apoio das potências ocidentais” e apela à participação na manifestação nacional pela paz e em solidariedade com a Palestina, agendada para 29 de novembro, em Lisboa.
Entre as prioridades do trabalho político, a DORSA destaca a iniciativa nacional “Outro rumo para o país. Rejeitar o pacote laboral, a exploração e as injustiças”, a realizar até dezembro, o 13.º Congresso da Juventude Comunista Portuguesa, marcado para 15 e 16 de novembro, e a preparação da 50.ª edição da Festa do Avante!, que decorrerá nos dias 4, 5 e 6 de setembro de 2026.
O PCP pretende reforçar a sua organização no distrito, com foco no recrutamento e integração de novos militantes, no trabalho junto dos locais de trabalho e na garantia da independência financeira do Partido. A DORSA conclui afirmando que continuará “com confiança, firmeza e determinação, a luta pela alternativa política patriótica e de esquerda, pela democracia avançada com os valores de Abril, pelo socialismo e pelo comunismo”.
