Passaporte une 27 concelhos corticeiros que têm “uma floresta de oportunidades” (Com Fotos)

17 Novembro 2021, 13:53 Não Por João Dinis

O Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, recebeu esta quarta-feira a apresentação do livro “Um Território a Descobrir – Monta de Sobro e Cortiça”, bem como o passaporte que une 25 dos 27 concelhos corticeiros do país, que representam um terço do território português.

Inspirado no Passaporte da Estrada Nacional 2, o passaporte leva o visitante a percorrer, conhecer e descobrir os 25 concelhos que o integram, unidos em torno da floresta e do montado de sobro, que é fonte de rendimentos de 27 concelhos de baixa densidade, que pretendem agora que este venha a ser também uma atracção turística.

Este projecto turístico acabou por ser uma “oportunidade criada pela pandemia”, uma vez que no ano 2020 não foi possível levar a cabo as iniciativas planeadas, como referiu Susana Cruz, vereadora do Município de Coruche e responsável pela área do desenvolvimento económico, que gere o projecto PROVERE “O Montado de Sobro e Cortiça”, iniciado em 2009, o que levou a que os recursos financeiros pudessem ser alocados neste projecto e investimento na área turística.

Segundo referiu a responsável durante a apresentação este livro leva o leitor e visitante de cada concelho a conhecer as oportunidades de cada um deles, não só a nível turístico, como também para viver e investir.

O passaporte será um guia que leva o visitante a percorrer uma vasta área de Portugal, a maior do Mundo na produção de cortiça, e em que cada concelho é bem diferenciado nas suas culturas, gentes, tradições e gastronomia.

Para além dos municípios, também os agentes económicos privados, podem e devem aproveitar esta oportunidade para se dar a conhecer, bem como criar pontos de atracção para os visitantes, podendo para isso contar com o apoio da entidade.

No livro “Montado de sobro e Cortiça” pode encontrar-se informação sobre os concelhos de Coruche, Benavente, Almeirim, Chamusca, Gavião, Portalegre, Crato, Fronteira, Avis, Ponte de Sor, Mora, Sousel, Estremoz, Arraiolos, Montemor-o-Novo, Évora, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Portel, Ferreira do Alentejo, Odemira, Santiago do Cacém, Grândola, Alcácer do Sal e Vendas Novas, com todos a lançarem o repto aos visitantes para que se “atrevam a conhecer um vasto montado por descobrir!”.

Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche, destaca que ”esta edição retrata um pouco daquilo que cada município tem para oferecer”, da qual fazem parte 27 municípios, integrados na iniciativa da Eficiência Colectiva do PROVERE, bem como um conjunto de entidades privadas.

O livro e o passaporte são também um novo produto turístico da ‘região’ do Montado de Sobro e Cortiça, que retratam “cada um dos concelhos e que permite ao visitante, aqueles que são de facto atraídos pelos nossos montados e por aquilo que se passa no mundo rural, poder adquirir um carimbo em cada um destes municípios, que identifica a sua permanência, a sua estadia e a sua visitação, no que é mais um complemento àquilo que são as acções que são promovidas no âmbito deste projecto para que todos os parceiros se sintam também envolvidos, ou seja, para que todos os municípios se sentem envolvidos nesta iniciativa”.

Este passaporte “permitirá ao visitante conhecer melhor estes territórios, não só naquilo que tem a ver com o montado sobre a cortiça, mas também um conjunto de actividades e ofertas turísticas que estes municípios têm para oferecer e que são diversificadas”, e cada vez mais promovidos e valorizados.

Os territórios de baixa densidade, que acabaram por ver o seu valor reconhecido até com as questões pandémicas, que trouxeram muitos habitantes e visitantes para estas regiões menos populosas de Portugal, acabam por ter neste passaporte “uma forma mais alargada de divulgar estes territórios”, disse o autarca.

Esta é também uma oportunidade para que cada proprietário privado tenha uma nova oportunidade de promover o seu produto, que pode ir muito para além do valor económico da cortiça, tendo no turismo também uma forma de rentabilizar o seu investimento e Francisco Oliveira desafiou os proprietários, que se encontravam na apresentação, mas não só, a aproveitarem também esta oportunidade.

A floresta hoje representa mais do que o próprio valor económico da própria floresta, ou seja, tem um conjunto de produtos autóctones e endógenos que é importante nós valorizamos” refere o autarca, acrescentando que “a floresta é também um produto turístico, um produto turístico não só tendo em conta aquilo que é a biodiversidade existente nos nossos montados, associada à fauna, à flora, à gastronomia própria destes territórios e portanto é importante nós valorizarmos, promovermos e divulgaremos”, referindo que esse é também um dos objectivos da iniciativa hoje apresentada, é que “atrás deste passaporte venham também um conjunto de outras oportunidades que tem a ver com o componente turística associada a estes produtos que nós temos para oferecer, porque são cada vez mais procurados e existem nichos muito específicos de procura para estes mercados, não só associados à tiragem da cortiça, à visitação do montado ou o balonismo ou BTT, a gastronomia, os produtos digamos que da floresta”, pelo que é uma oportunidade para que se aproveite este nicho de mercado turístico.

Francisco Oliveira finaliza salientando que “foi muito gratificante para nós, enquanto líderes desta iniciativa de eficiência colectiva do PROVERE, podermos ser aqui congratulados com os parceiros por esta iniciativa e pelo trabalho que estamos a desenvolver”.

Em cada passaporte encontram-se os pontos onde o mesmo pode ser carimbado, que vão muito para lá dos pontos de turismo de cada município e irão estar abertos os sete dias da semana.

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