Paróquia de Alpiarça quer vender casas cedidas a famílias carenciadas para pagar obras na igreja

2 Agosto 2024, 15:51 Não Por André Azevedo

A paróquia de Alpiarça notificou os moradores de quatro moradias, na rua Manuel Paciência Gaspar, junto ao recinto da Feira (onde se realiza a Alpiagra), da intenção de venda das moradias com vista ao financiamento das obras de recuperação do teto e telhado da igreja e da construção de duas casas de banho com acesso a mobilidade reduzida.

As famílias que residem nestas quatro moradias são carenciadas e as casas foram-lhe cedidas pela paróquia sem qualquer contrapartida financeira. Segundo o NS apurou, apenas uma das famílias mostrou intenções de adquirir o imóvel pelos 50 mil euros propostos pela paróquia.

O NS falou com o padre Tiago Pires, cónego da paróquia, que explicou que sem a realização dos montantes da venda das casas a paróquia não dispõe da liquidez financeira para proceder à intervenção.

Questionado sobre uma eventual ajuda financeira da Diocese de Santarém, ou mesmo da instituição Igreja Católica, o padre explicou ao NS que as paróquias são órgãos de gestão autónoma e dependem apenas de si mesmas para fazer a gestão deste tipo de despesas.

O edifício da Igreja Matriz de Alpiarça apresenta danos visíveis no interior, causados por infiltrações, tendo ruído mesmo parte do estuque do teto, que já tinha sido alvo de uma intervenção de requalificação em 2008. Na lateral exterior do edifício é possível ver danos de tal ordem nas paredes que deixam visíveis os tijolos.

Câmara vai tentar adquirir imóveis

O tema foi debatido na reunião do executivo alpiarcense realizada a 1 de agosto, e a presidente da Câmara, Sónia Sanfona, afirmou que a autarquia estava a par da situação e que já teria recebido um contacto do padre Tiago Pires para agendar uma reunião para debater a venda dos imóveis.

A autarca explicou que as casas estão identificadas no âmbito da Estratégia Local de Habitação mas que não integram o programa, por haver dúvidas na possibilidade da inclusão destes quatro fogos habitacionais na estratégia por não serem propriedade do município.

Ainda assim, segundo Sónia Sanfona, irá reunir com o pároco de forma a avaliar a compra das casas pelo município e perceber se é possível fazê-lo através da Estratégia Local de Habitação.

“Se o pudermos fazer adquirimos e reabilitamos as casas”, garantiu a autarca, uma vez que o financiamento é a 100% pelo IHRU.

A autarca garantiu ainda que a principal prioridade neste processo é que os moradores não fiquem em situação de desalojamento.

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