Escola Básica 2e3 Coruche - 16 Abril 2021

Pais contestam modelo de ensino em escola de Coruche. Directora reconhece problemas com alunos de etnia cigana

18 Outubro 2021, 19:43 Não Por João Dinis

Os pais dos alunos do primeiro ano do Centro Escolar de Coruche estão a contestar o modelo de aprendizagem que o Agrupamento de Escolas propôs às crianças, considerando-o mesmo ilegal e desajustado.

A Direcção da escola pretende que os alunos integrem o projecto “turmas dinâmicas”, integrado no Plano Escola +21/23, que irá colocar os alunos numa rotatividade quinzenal de turma e professores, que os pais não consideram de todo benéfica para os seus alunos.

Na base da decisão da escola estão as “fragilidades detectadas no primeiro ano”, conforme se pode ler numa missiva da Directora do Agrupamento, Isabel Cordeiro, aos pais, onde esta reconhece a existência de problemas no seio escolar, provocados por alunos de etnia cigana.
Entre as fragilidades detectadas para a implementação deste plano estão a “desmotivação de alguns alunos, maioritariamente de etnia cigana (cerca de 20% dos alunos do Centro Escolar) e consequente desestabilização do ambiente de sala de aula, com ocorrências disciplinares no recreio”, bem como dificuldades de concentração de grande parte dos alunos do primeiro ano e dificuldades de leitura e escrito.

Este plano apresentado tardiamente aos encarregados de educação, pretende dividir os alunos em quatro grupos, que quinzenalmente rodarão de professor, sendo que antecipadamente os alunos efectuarão um questionário que pretende avaliar “os estilos de aprendizagem de cada um”.

Além de considerarem este plano desajustado, uma vez que a rotatividade de professores pode prejudicar a aprendizagem dos seus filhos, os encarregados de educação, consideram também que a implementação deste modelo é ilegal, uma vez que não respeita o estatuto do aluno, nem a escola informou antecipadamente os pais sobre o modelo de aprendizagem a implementar neste ano lectivo.

É benéfico, para alunos com “Dificuldade de Concentração” estarem a mudar de professor de 15 em 15 dias? É positivo para a estabilidade do aluno?”, questionam os pais a Directora do Agrupamento, numa missiva de 7 páginas que lhe foi remetida, contestando a implementação do projecto “turmas dinâmicas” ou “turmas em movimento”, ao qual se opõem.

Para os pais das crianças, a implementação deste modelo, que pretendem que seja travado “até que seja resposta a legalidade, sob pena de o Conselho Geral estar compactuar com as ilegalidades que se verificam, em clara violação dos princípios consagrados no Estatuto do Aluno”, pois “enquanto pais, mães e encarregados de educação temos uma palavra a dizer no projecto educativo que V. Exas. delinearam para os nossos filhos”, pelo que consideram que este não é mais que uma tentativa de dar resposta “a uma situação muito concreta de violência escolar vivida no final do ano lectivo anterior”.

Os pais esperam agora que a escola reverta a situação, uma vez que decidiu implementar o plano de aprendizagem sem a devida e antecipada informação aos pais e encarregados de educação. A situação foi igualmente reportada pelos pais à Direcção Geral de Educação e Ministério da Educação.

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