Padre de Mora abre a porta a família síria e volta a passar Natal com “os mais sós”

24 Dezembro 2022, 14:18 Não Por Redacção

Nélson Fernandes é pároco em Mora há cinco anos, e desde então tem realizado um trabalho bastante interessante, aproximando não só a comunidade da Igreja, bem como fazendo um trabalho com os mais velhos e os jovens que fazem da comunidade cristã de Mora uma “família”.

Este ano o Padre Nélson, como é carinhosamente tratado por todos em Mora, volta a abrir as suas portas a “quem está mais só” eira passar o Natal na casa paroquial com uma família síria.

“Eu fui detectando na paróquia que alguns idosos têm filhos no estrangeiro ou vivem sós e lancei o desafio de nos juntarmos em redor da mesa para passar a noite de Natal e o dia  de Natal na casa paroquial, que não é a casa do padre mas a casa de todos”, explica o sacerdote à Agência ECCLESIA.

Segundo este explicou tudo começou quando este no seu primeiro Natal em Mora visitou os lares do concelho e constatou que “grande parte dos idosos iria passar o Natal no lar”, “uns porque não tinham família por perto ou porque não havia condições para saírem e isso interpelou-me… o Natal é uma festa de família e faz sentido estarmos juntos”, refere à agência noticiosa.

A iniciativa, “que agora já é uma tradição”, passa por um convite na Eucaristia, no domingo antes do Natal, para convidar quem está só na época natalícia e este ano o convite estende-se a uma família síria. 

“Este ano vamos ter três novos convivas, temos entre nós uma família cristã da Síria que estão na comunidade de Mora e vão sentar-se à mesa connosco”, conta.

A presença da família, na zona há dois meses, tem sido uma forma de “abrir mentalidades” e mostrar à comunidade a realidade da “perseguição dos cristãos na Síria”.

“São muito acolhedores, vamos colaborando com eles e eles com a comunidade, fui lá a casa convidá-los e disseram logo que sim”, recorda. 

O padre Nelson Fernandes ainda não sabe quantos lugares vai pôr na mesa este Natal, mas “nos outros anos têm sido cerca de 14 os convivas”, mesmo em tempo de pandemia. 

“Em tempo de pandemia fizemos na mesma, com todas as precauções e em número mais reduzido mas fomos celebrando desta forma”, lembra. 

O pároco confessa que, “com a família de sangue longe, na arquidiocese de Braga”, esta é uma forma de passar o Natal com outra família e onde são “convidados também sacerdotes vizinhos que esteja sós”.

“O Natal é preparar o berço para o nascimento do Deus Menino e para nascer em cada um de nós tem de haver transformação, tem de haver mudança, e temos de ser pobres de coração e derrubar muros de emoções que geram medo de estar com os outros”, aponta. 

A logística para a celebração do Natal é organizada pelas pessoas que se inscrevem, o sacerdote assume que “é o que menos faz” mas que cada um quer participar com alguma coisa.

“Por exemplo temos uma conviva invisual que faz sempre questão de confeccionar alguma coisa e, para nós, é sempre muito interessante ouvi-la explicar como faz na cozinha, vemos a dedicação e a ternura ali colocada”, conclui.


Redacção com Agência ECCLESIA

Fotografia: Direitos Reservados

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