Orizicultores debateram efeito das alterações climáticas na cultura do arroz em Benavente

A Quinta da Foz, em Benavente, recebeu na última sexta-feira, um encontro de orizicultores, que debateram os desafios a explorar na produção de arroz, num contexto de alterações climáticas.

Cerca de duas centenas de agricultores de todo o país tiveram oportunidade de conhecer os campos de demonstração da cultura de arroz, que têm vindo a ser testados pelo Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal – CNCACSA, em colaboração com o Centro Operativo e Tecnológico do Arroz – COTArroz.

A Casa Agrícola da Quinta da Foz produz arroz em cerca de 435 hectares, na várzea de Benavente, sendo esta a sua principal atividade. A exploração apresenta excelentes condições naturais para a produção desta cultura, o que, em conjunto com a utilização da melhor tecnologia, tem permitido alcançar, de forma consistente, excelentes resultados.

No entanto, a Casa Agrícola da Quinta da Foz enfrenta hoje um conjunto de desafios, muito marcados pela confluência de três dimensões: a produção de arroz em regime de monocultura há algumas dezenas de anos, uma agenda ambiental europeia muito exigente e um processo de alterações climáticas com impactos evidentes nas condições naturais de produção.

Uma vez identificados estes desafios, a administração da Agrícola da Quinta da Foz, liderada por Francisco Gomes da Silva, colocou em marcha, em 2023, um projeto para evitar o aumento dos custos de produção e a redução dos níveis de produtividade da cultura, que conta com a colaboração da equipa liderada pela professora Cristina Cruz da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. O projeto de investigação ambiciona também aumentar as produtividades alcançadas e melhorar a qualidade dos recursos naturais, com realce para o solo, a água e a biodiversidade.