Opinião – “Tanto caminho para percorrer!”

30 Setembro 2023, 9:29 Não Por Redacção

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda!”

 Paulo Freire

Setembro surgiu com pinceladas de Outono presentes em cada cor das folhas dos plátanos que as crianças alegremente vão pisando, enquanto saltitam, desde o carro até à Escola, levadas pelas mãos protetoras dos adultos que delas cuidam, numa inocência isenta de cuidados neste início de ano letivo.

Já os adultos, apressados, deixam transparecer no seu semblante, as múltiplas preocupações que lhes assolam os pensamentos assim que correm para o seu mundo real, o mundo do trabalho onde se empobrece a trabalhar pois os salários não cobrem as despesas mensais.

Este ano letivo que agora se inicia, traz consigo os velhos problemas que o governo não resolveu e, por esse facto, novos problemas surgiram para resolver, indicando que a instabilidade nas escolas veio para ficar.

Recordemos os dois anos de pandemia que vivemos, pautados por um elevado défice de aprendizagens que urge colmatar, através da valorização e estabilização do corpo docente, porém, a realidade das nossas escolas revela, que existe um elevado número de alunos sem professor a disciplinas fundamentais como Português e Matemática, para além de outras.

Procurando amenizar (atabalhoadamente) estas graves insuficiências, assiste-se à colocação de licenciados sem habilitação profissional em larga escala, representando um retrocesso de mais de três décadas, originando uma perda de qualidade nas respostas educativas.

É pois determinante que se criem condições para o rejuvenescimento da classe docente, tornando-a atrativa para os jovens e para aqueles que foram obrigados a desistir da profissão por falta de condições para a exercer!

É de todo urgente a criação de melhores condições nas escolas, começando pela valorização dos docentes e dos profissionais não docentes e técnicos; a gratuitidade dos livros de fichas e exercícios para todos os alunos do ensino obrigatório, o reforço da ação social escolar assim como a atribuição de verbas às escolas que lhes permitam ter os recursos que garantam uma educação para todos e inclusiva.

Uma Escola Pública de Qualidade e Inclusiva, terá de possuir a robustez para combater as desigualdades sociais e económicas que lhes permita propiciar aos alunos uma verdadeira igualdade de oportunidades para a obtenção de um efetivo sucesso escolar.

As Comunidades Educativas têm de se unir em torno destas exigências e interiorizar a sabedoria intrínseca na citação do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda!”

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