Opinião – Orçamento “vira o disco e toca o mesmo”!

14 Dezembro 2022, 11:38 Não Por Redacção

Ano após ano, para prejuízo da população do concelho de Benavente, a governação comunista da Câmara Municipal, agora com o aval do Partido Socialista, persiste nos erros de gestão que têm condicionado a nossa ação no presente, hipotecando o futuro dos munícipes.

Mais uma vez, importa evidenciar o sistemático desrespeito pelos cidadãos, na medida em que continuam a apresentar Orçamentos muito bonitos (até chegam a incluir propostas da oposição) mas que depois não são executados.

O Partido Comunista na Câmara de Benavente continua a apresentar execuções orçamentais na ordem dos 60%, valor que é manifestamente baixo; execuções orçamentais que só podem deixar satisfeitos aqueles que apoiam uma governação sem ambição e sem estratégia, que deixa tudo na mesma.

Como podem as famílias e os empresários acreditar num documento que é suposto ser estrutural, que define a estratégia que a Câmara Municipal quer prosseguir não só no ano que vem mas também nos próximos anos, quando só em despesas de funcionamento da própria autarquia (despesas com pessoal, aquisições de bens e serviços, etc.) prevê gastar em 2023 cerca de 20 milhões de euros, num orçamento de 30 milhões.

Este valor é muito superior aquilo que a coligação PCP/PS prevê aplicar em despesas relacionadas com investimentos estruturais, tão necessários em todo o nosso concelho, e para onde destacam apenas 23% do orçamento da despesa.

Estamos a falar não de uma estratégia – porque isso é coisa que já sabemos não existir – mas de uma gestão “a la carte”, cuja ação política relega para terceiro plano o Investimento.

Os autarcas do Partido Comunista continuam a valorizar mais a gestão corrente da autarquia em vez de pensarem o futuro e priorizarem a aplicação de uma verdadeira estratégia de desenvolvimento económico do concelho, que vise a criação e o desenvolvimento de novas infraestruturas, a captação de mais investimentos geradores de mais e melhores postos de trabalho, e a aplicação de novas políticas, viradas para o futuro, capazes de servir a nossa população como acontece em tantos outros Municípios.

No campo dos impostos, registo com satisfação que a coligação PCP/PS tenha aceite a proposta do PSD de baixar o IMI dos atuais 0,32% para a taxa mínima de 0,30%. Porém, lamento que a ação política desta maioria fique mais uma vez aquém daquilo que é a estratégia do PSD, na medida em que continuam a recusar aplicar o “IMI Familiar” e a descida da Taxa da Derrama para as nossas empresas. Continuam a penalizar as famílias e as empresas por uma questão meramente ideológica.

Os discursos do Sr. Presidente da Câmara e dos vereadores que suportam esta coligação PCP/PS são contrários aquilo que depois fazem na realidade. Aquilo que dizem, com palavras muito bonitas e muitas vezes vitimizadoras, é muito diferente daquilo que praticam. A incoerência, quando dizem estar a preparar o concelho para os desafios do futuro, esbarra no facto de terem uma execução orçamental miserável na coluna do Investimento. Já nem sabemos se devemos falar de incapacidade ou de incompetência coletiva.

O Orçamento Municipal de Benavente para 2023, aprovado com os votos dos autarcas comunistas e do vereador socialista, revela uma gritante falta de investimento em soluções inovadoras e modernas para vencer os desafios da atualidade e do futuro.

Este Orçamento ajudou, de facto, a clarificar posições sobre a nossa política local: entre os que defendem fazer tudo como sempre tem sido, com as mesmas políticas de há anos, num registo de “vira o disco e toca o mesmo”; e os que defendem uma estratégia virada para o futuro, onde o dinheiro do erário público é otimizado e o concelho é pensado a longo prazo.

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