Opinião – Garantir Justiça no Acesso à Saúde

Estamos a despedir-nos de 2022 e nesta despedida, somos acometidos por uma urgência do seu término, numa esperança renovada de que todos os desaires sofridos fiquem nesse mesmo adeus.

Formulamos desejos prementes de mais saúde, cientes da fragilidade do nosso Sistema Nacional de Saúde e de quão abandonados estamos, quando ela nos falta.

Vivemos num Concelho sofredor dos problemas da interioridade profunda, com uma população maioritariamente idosa, a necessitar de cuidados de saúde constantes que precisa de percorrer entre 40 a 70km para chegar ao Hospital mais próximo, sem meios de transporte que lhe permitam esse acesso.

Estes e outros problemas graves conhecem-nos muito bem os Coruchenses, os Coucenses ou os moradores em outras freguesias de maior distância da capital do Distrito.

Um dos mais gravosos, para não dizer caricato, prende-se com o sistema de solicitação de ambulâncias quando delas necessitamos, sendo uma das causas principais da sua inexistência a retenção das mesmas, durante longos períodos no Hospital Distrital, motivado pelo existente sistema de triagem dos doentes.

Em casos de urgência grave, diagnosticados pelos médicos nos Centros de Saúde, a requisição das ambulâncias é feita através do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) e só serão enviadas caso o profissional que está de serviço, entenda, que está perante uma verdadeira urgência, sobrepondo-se, a sua decisão, ao diagnóstico do médico que está perante o doente.

Entretanto, entre vem ambulância ou não vem, correm-se elevados riscos de vida e vivem-se dramas familiares que marcam a nossa vida para sempre.

Neste final de 2022, todos temos de formular o mesmo desejo e unirmo-nos no caminho a seguir, exigindo ao governo do Partido Socialista, que tome as medidas necessárias para valorizar as progressões das carreiras, dos salários e as condições de trabalho de todos os profissionais de saúde, por forma a atrair e fixar médicos e enfermeiros e outros profissionais desta área.

É urgente, também, garantir a autonomia das Instituições do SNS com orçamento suficiente, sem as amarras do Ministério das Finanças.

É urgente  garantir  justiça no acesso à Saúde, pois é um direito que nos assiste e se encontra plasmado na Constituição da República exigindo para o nosso Concelho:

– O Centro de Saúde de Coruche em pleno funcionamento até à meia-noite como tínhamos em 2019;

-Um serviço de transporte na doença não discriminatório;

-A implementação de um Serviço de Urgência Básica que responda às necessidades da nossa população;

Resta-nos no meio deste caos, a competência dos profissionais de saúde e das suas equipas do nosso no Concelho, que vão velando pela nossa Saúde e pela nossa Vida, a quem, em forma de agradecimento, lhe desejamos muita SAÚDE!