Opinião – Final de agosto, ânimo reposto!

30 Agosto 2022, 20:09 Não Por Redacção

Está a terminar o mês de Agosto e o período de merecido descanso e de férias de verão para a grande maioria dos portugueses, de encontros familiares e de reuniões com amigos que o aliviar da pandemia tornou possíveis.

Nos dois últimos anos foi preciso ser-se resiliente e encontrar estratégias e equilíbrios para vencer a adversidade. Quem é do Ribatejo sabe que a personalidade e a coragem são atributos das gentes que fizeram desta, uma região produtiva, com alma e tradição.

Hoje os desafios são outros mas a alma grande que nos diz que,  tal como os toiros, os “problemas se encaram de frente” traz agora, para além do desgaste da pandemia, a gestão eficiente da água e as consequências económicas e sociais da guerra na Ucrânia como preocupações fundamentais à subsistência individual e coletiva.

Findo o mês de agosto, está para chegar um novo ciclo, no plano familiar, o regresso às aulas e às actividades associativas e extracurriculares, no plano económico, o período de colheitas agrícolas, como a vindima, o milho e a ceifa do arroz do Vale do Sorraia.

Por via das alterações climáticas, até os ciclos naturais das estações que marcam as colheitas e que caracterizam o “terroir” da Lezíria parecem confusos e difusos mas é certo que chegou o tempo de constituir reservas que servem a indústria, as casas agrícolas e os privados para um período de inverno que se prevê difícil.

Do alimento da alma, o verão foi abundante em festividades, de relação afetiva, religiosa e profana; feiras e exposições temáticas em toda a região, como incentivo à atividade económica ligada ao setor agrícola, florestal e de criação animal pois é essa a matriz cultural e identitária da região.

Os municípios, os empresários e as associações de intervenção local empenharam-se e realizaram com sucesso, ações de promoção e animação cultural bem acompanhadas por tasquinhas, com petiscos locais que encheram recintos e acalmaram as saudades de festa, de partilha e de convívio.

A festa brava também voltou e foi indiscutivelmente, o produto cultural que mais atraiu residentes e visitantes à região, sinal de vitalidade e afirmação.

E não há festa no Ribatejo sem a figura do campino. Vê-los passar, em traje de gala, jaqueta encarnada e barrete verde debruado a vermelho, nas cores nacionais e observar o seu exemplo, de elegância e decisão é lembrar como precisamos de continuar a ser fortes e a ter raça. A mesma que se completa com os símbolos regionais, campino, cavalo e o toiro.

Uma região não se define por circunstâncias temporais ou limites administrativos. Antes sim pela cultura, pelos elementos de identidade.  É a cultura que nos faz sentir vivos. E esse é o fator determinante no desenvolvimento de um território e na forma como é percebido e sentido por todos.

E é com ânimo renovado que por cá estaremos focados no essencial e no contributo útil ao tempo que se segue!

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