Opinião – “Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir”

31 Janeiro 2023, 10:28 Não Por Redacção

Ao iniciar a colaboração deste ano, permitam-me que utilize as palavras do poeta Álvaro de Campos, (heterónimo de Fernando Pessoa), “Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. Sentir tudo de todas as maneiras…” assim é; para conhecer um território, tem de se compreender as dinâmicas e sentir as vivências das pessoas.

O Notícias do Sorraia informou no início do ano que alargou a comunicação na Lezíria. Talvez tenha passado despercebido a alguns leitores, mas parece-me importante sublinhar aqui o contributo porque demonstra o conhecimento do que se faz e do que acontece na nossa região. As notícias são agora dos municípios de Mora, Coruche, Salvaterra de Magos, Benavente (inclui Samora Correia); representa uma aposta e atitude, de nota positiva, em prol do território e que merece saudação.

O ano ainda agora começou, mas, neste longo mês de janeiro, muito já se passou que deixa antever que o ano vai ser de trabalho e de desenvolvimento.

Os municípios preparam o plano de investimentos ao abrigo do novo quadro comunitário. Trata-se da maior injeção de fundos públicos na economia das regiões (público e privados) e esta deve ser a prioridade política; há transferências de competências para os municípios em matérias de intervenção social que muito significam para as comunidades; há aprovação de Bruxelas para a criação de uma nova NUT II que junta o Vale do Tejo e o Oeste e que pode significar um programa regional autónomo; há ainda a discussão sobre a localização do novo aeroporto que pode alterar o ciclo de desenvolvimento e tornar esta, definitivamente uma região turística.

Há hoje a perceção nacional de que os territórios do interior necessitam, como nunca, de investimento e de gente. Não sendo entusiasta do termo “interior”, a verdade é que se sente, no dia-a-dia e nos resultados dos últimos censos. Acontece que ser residente no Vale do Tejo é uma escolha, de identidade. Não tenho a menor dúvida de que este será um ano importante para a definição de uma região mais apetecível e sustentável e para posicionar a Lezíria para as próximas décadas, para residir, para investir e para visitar, em alternativa aos grandes centros urbanos. Passo a passo, já está a acontecer.

Tomo a liberdade de deixar aqui alguns destaques, em agenda nas atividades mais relevantes, do próximo mês, com dimensão social, cultural e turística:

Mora – Mês das Migas, entre 3 de fevereiro e 5 de março, a acontecer na restauração;

Coruche – Desafiar estereótipos, projeto de promoção da Igualdade de Género e Oportunidades, a acontecer no núcleo rural, museu municipal, onde se encontra a exposição temporária de bordados tradicionais “velhos são os trapos”;

Salvaterra de Magos – Exposição “lenços dos namorados” que assinala um ano decorrido da inscrição dos bordados da Glória no Inventário Nacional do Património Cultural imaterial. A acontecer em Glória do Ribatejo;

Benavente – Festival arroz carolino, dentro de portas. Projeto de valorização do arroz carolino da lezíria ribatejana. A acontecer na restauração, uma vez por mês;

Sejamos então compreensivos e empáticos com o trabalho em rede e sobretudo, que possamos usufruir das potencialidades da Lezíria e da Charneca, que tem recursos naturais e humanos únicos, desenvolvidos com saber pelos municípios, com atividades e eventos colocados à disposição, para residentes e visitantes.

Termino como iniciei, é preciso fazer acontecer e é preciso sentir, a exemplo do empreendedorismo do Notícias do Sorraia, uma região constrói-se com união de vontades, com paz social e com todos!

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