Opinião – “A Nossa Casa”
31 Agosto 2023, 17:51“Só há LIBERDADE a sério
Quando houver
A Paz, o Pão, HABITAÇÃO
Saúde, Educação……”
Sérgio Godinho
“A Nossa Casa”
A temática da Habitação, do lugar onde morar, é intrínseco ao ser humano desde sempre, sendo tema de ribalta na atualidade pois afeta-nos a todos de uma maneira ou de outra.
A Constituição da República Portuguesa aprovada em 2 de Abril de 1976 afirma no seu artigo 65º.
1- Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.
2- Para assegurar o direito à habitação, incumbe ao Estado:
- Programar e executar uma política de habitação inserida em planos de ordenamento geral do território e apoiada em planos de urbanização que garantam a existência de uma rede adequada de transportes e de equipamento social.
Continua por cumprir o que está plasmado na nossa Constituição, sobre um bem imprescindível que é a nossa casa, o nosso lar, o lugar onde começam todos os sonhos.
À nossa volta, (nas nossas próprias famílias), assistimos ao desespero do aumento insustentável das rendas de quem, com muito esforço, adquiriu casa própria através de um empréstimo bancário.
Assistimos igualmente, a outro desespero o de quem necessita de casa para alugar, não a encontrando ou, se a encontra, é a preços inacessíveis, enquanto que nas nossas aldeias, vilas, cidades, aumenta em grande escala o património devoluto sem solução à vista.
Enfrentado as angústias desta problemática encontram-se os nossos jovens, os que querem constituir família, sair de casa dos pais, porém usufruindo de baixos salários, assistem a um compasso de espera das suas vidas!
E os jovens que vivem no interior do país, longe das universidades a que não terão acesso pela incomportabilidade de pagar habitação, que vêem os seus sonhos adiados e se sentem a morrer na praia!
E a classe docente deslocada da sua terra, da sua família, de casa às costas, em mais um ano letivo, em que o alojamento escasso, inacessível ou inexistente, se torne palco central de vidas que trazem na bagagem a resiliência e a força que se redobra com o sorriso de uma criança!
É tempo de mudar!
É tempo de exigir de quem nos governa que cumpra o que se encontra na Constituição da República Portuguesa em três vertentes essenciais:
– O alargamento da oferta pública de habitação;
– A criação de um regime especial de proteção de habitação arrendada:
– A criação de um regime especial para proteção de habitação própria, face ao aumento dos encargos com o crédito à habitação.
É urgente que o Estado assuma o papel que constitucionalmente lhe incumbe, o de grande e insubstituível promotor público de habitação, pois a LIBERDADE tem de passar por aqui!