Opinião – A importância da Gestão de resíduos sólidos numa comunidade

30 Dezembro 2023, 11:11 Não Por Redacção

A Gestão de Resíduos Sólidos demonstra ser uma aliada dos municípios para eliminar os impactos negativos que os resíduos causam na sociedade.

A Gestão de Resíduos Sólidos demonstra ser uma aliada do planeta para eliminar os impactos negativos que os resíduos causam, principalmente os associados à destinação final incorreta.

O alto consumismo nos dias atuais tem gerado uma carga extremamente elevada de acúmulo de resíduos sólidos, que muitas vezes são despejados diariamente no meio ambiente sem nenhum tratamento,causando consequências graves para a saúde humana e para a  conservação da natureza.

A falta de gestão de resíduos sólidos dentro de um concelho pode conduzir aos seguintes problemas:

  • contaminação do solo com fungos e bactérias;
  • contaminação das águas da chuva e do lençol freático;
  • aumento da população de ratos, baratas e moscas, disseminadores de doenças diversas; aumento dos custos de produtos e serviços;
  • entupimento das redes de drenagem das águas da chuva;
  • assoreamento dos córregos e dos cursos d’água;
  • incêndios de largas proporções e difícil combate; destruição da camada de ozono, etc.
  • multas elevadas e sanções ambientais;
  • escândalos por casos de poluição do meio ambiente;
  • imagem negativa do município;
  • impedimento de novos investimentos empresariais devido à falta de responsabilidade ambiental;

A legislação que rege a gestão adequada de resíduos é a Política Nacional de Resíduos Sólidos, através da Lei nº 12.305/2010 do Ministério do Meio Ambiente.

O que é, então, a  gestão de resíduos sólidos?

A gestão de resíduos significa adotar um conjunto de ações adequadas nas etapas de coleta, armazenamento, transporte, tratamento, destinação final e disposição final ambientalmente aceite, objetivando a minimização da produção de resíduos, visando a preservação da saúde pública e a qualidade do meio ambiente.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), a gestão de resíduos deve garantir o máximo de reaproveitamento e reciclagem e a minimização dos rejeitos.

A lei determina que cada gerador é responsável pelos resíduos gerados e, que devem ser segregados na fonte geradora.

Para fazer gestão de resíduos os municípios devem seguir a seguinte ordem de prioridade:

  • não geração,
  • redução,
  • reutilização,
  • reciclagem,
  • tratamento dos resíduos sólidos;
  • disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

A gestão de resíduos num concelho tem a finalidade de diminuir a quantidade de materiais e incentivar o seu reaproveitamento. Além de melhorar a sua imagem junto da população, empresas, governo e dos visitantes, também, minimizam acidentes ambientais, riscos de contaminação e proliferação de doenças.

Uma boa gestão de resíduos reduz a despesa de todos nós e também do município, pois são reduzidos custos com matéria-prima ao reaproveitar os resíduos e custo com o seu descarte final.

O município deverá investir essa redução de despesa em melhorias do seu sistema de gestão de resíduos.

Para facilitar a gestão de resíduos dentro de um concelho, existem no mercado várias Plataformas de gestão de resíduos. Essas Plataformas permitem ter o controle total de todos os processos inerentes ao gerenciamento de resíduos sólidos, ideal para quem precisa automatizar processos de gestão de resíduos, garantir a rastreabilidade, além de desenvolver as melhores práticas ambientais desde a centralização das informações até controle de indicadores que  fornecerão uma visão mais coorporativa.

A questão que todos nós colocamos é “Porque é que eu vou separar o lixo se pago mais de resíduos por mês na fatura da água?”

Atualmente todos nós já temos uma tarifa associada ao Tratamento de Resíduos. Essa tarifa designada Tarifa de Resíduos Sólidos Urbanos está indexada ao consumo da água e o seu custo vem discriminado na fatura da água.

O cálculo desta Tarifa de Resíduos Sólidos Urbanos é indexado ao consumo de água da habitação. Trata-se de um modelo em vigor na quase totalidade dos municípios portugueses e pretende, com esta tarifa, que as Autarquias e Sistemas de Gestão consigam assegurar a sustentabilidade financeira da recolha, transporte, tratamento e eliminação dos resíduos sólidos.

No entanto, este modelo em vigor não é justo para com o cidadão que tem Boas Práticas Ambientais. Este modelo não premeia o cidadão que diariamente separa os seus resíduos e encaminha-os para reciclagem, o cidadão que reutiliza as suas embalagens, o cidadão Eco consciente.

Deveria haver algum tipo de incentivo financeiro e uma preocupação a nível das estruturas de recolha que facilitasse a todos uma gestão mais correta

A verdade é que evitar as grandes quantidades de resíduos passa por mudanças de hábitos de todos nós, que podemos optar por coisas tão simples como devolver garrafas de vidro aos fornecedores ou servir água da torneira filtrada.

Vejamos os doze gestos que devemos praticar:

– Usar sacos reutilizáveis;

– Colocar um autocolante “Publicidade AQUI NÃO” na caixa do correio;

– Evitar o desperdício alimentar;

– Comprar a granel ou em formatos grande;

– Comprar recargas ecológicas;

– Beber água da torneira;

– Limitar as impressões;

– Fazer compostagem;

 – Doar roupa em desuso;

– Pedir emprestado ou alugar ferramentas;

– Consertar os aparelhos avariados;

– Utilizar pilhas recarregáveis.

Ao adotar estas práticas temos a certeza de que estamos a contribuir para um ambiente saudável e, se deixássemos de ver os papéis espalhados pela rua, as caixas de cartão fora dos ecopontos apropriados, os monos junto aos contentores ou outro tipo de resíduos em locais que não são os próprios?

Se assumíssemos que a “Rua” é o local onde todos nós habitamos e que a queremos ver limpa, organizada?

Devemos exigir aos Municípios a construção de locais próprios para depositarmos os diferentes resíduos sólidos, quando não existam, caso já existam soluções é dever de todos nós, utilizá-las, contribuindo para uma melhor qualidade de vida para todos.

Ao chegar ao final de mais um ano, despedimo-nos na Esperança Renovada de que o novo ano que agora chega, desperte a consciencialização para os atos cívicos que todos temos obrigações de praticar.

Feliz Ano Novo!

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