Operacionais externos podem reforçar Bombeiros de Coruche para garantir prevenção aos incêndios

Operacionais externos, afetos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, os conhecidos Canarinhos, ou de outras corporações de Bombeiros, podem vir a reforçar os Bombeiros de Coruche, com o objetivo de garantir o dispositivo de prevenção aos incêndios florestais, depois da indisponibilidade demonstrada pelos operacionais dos Bombeiros Municipais de Coruche.

O anúncio foi feito ao NS por Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche, que salienta que “iremos tentar encontrar uma resposta a curto prazo”, que pode ainda passar por uma “solução interna” com bombeiros de Coruche que demonstrem disponibilidade para integrar o dispositivo.

O autarca referiu que teve já esta semana uma reunião com o Comando Regional da Lezíria da Proteção Civil, com o objetivo de encontrar soluções para o concelho de Coruche no que diz respeito ao combate aos incêndios florestais, que pode mesmo vir a passar por integrar elementos externos ao corpo de bombeiros, apenas para este tipo de intervenções.

Segundo o NS apurou, Francisco Oliveira irá esta sexta-feira reunir com os Bombeiros de Coruche, com o objetivo de tentar apurar quantos são os operacionais que demonstram disponibilidade para integrar o dispositivo.

Francisco Oliveira reconhece que o facto do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) ser feito através do empenhamento voluntário dificulta também a obtenção de operacionais. “Todos gostamos de ter os nossos momentos em família, o nosso descanso, e os bombeiros são muitas vezes prejudicados para garantir o dispositivo (de combate a incêndios) ”, reconheceu, compreendendo a indisponibilidade demonstrada pelos bombeiros.

Sobre as reivindicações anunciadas pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), o Presidente da Câmara de Coruche, e gestor do corpo de bombeiros, referiu “compreender as reivindicações dos profissionais, que vão para além das competências da Câmara Municipal, e são questões legislativas”, contra as quais diz não poder ir, por “muito que queira resolver a situação”, estando a aguardar que o Governo possa “clarificar” a situação dos Bombeiros Sapadores.

No distrito de Santarém, reforçou o autarca, são sete as corporações de Bombeiros Sapadores – Municipais, que se encontram em situação idêntica à de Coruche, e que levou mesmo a que a Associação Nacional de Municípios Portugueses tenha criado uma Comissão para acompanhar e trabalhar com o Governo a matéria.

Atualmente a corporação de bombeiros de Coruche está a dar primazia ao socorro, tendo adotado o horário à manutenção do maior número de operacionais disponíveis, razão pela qual não pode adotar para já os desejados turnos de 12 horas.
Segundo explicou o Presidente do Município de Coruche, para cumprir os turnos de 12 horas, que este diz “não ver problema em avançar, desde que existam operacionais em número suficiente”, seriam necessários cerca de 40 bombeiros, estando a corporação atualmente com cerca de 30, e ainda que em processo de recrutamento, “é muito difícil conseguir preencher as vagas”.

“Conto no próximo mês ter uma solução para o dispositivo de combate aos incêndios”, afirmou Francisco Oliveira, que salientou que este problema não é exclusivo de Coruche, mas sim do país, que “tem este ano menos operacionais disponíveis”, para o DECIR.

O autarca confirmou ainda que o Município se encontra em conversações com a Cruz Vermelha Portuguesa para que estes possam colocar em Coruche uma equipa que reforçasse o socorro, com uma ambulância e tripulação.
“O facto de não existir no concelho, ou nas proximidades, uma secção da Cruz Vermelha Portuguesa leva a que tenham que se deslocalizar recursos para o concelho o que vai encarecer a operação”, salientou o autarca, que acrescentou que segundo os dados disponibilizados pelo INEM cerca de 80% das ocorrências no concelho de Coruche têm resposta por parte dos Bombeiros Municipais de Coruche.