Nuno Martins acusa Câmara de Benavente de “querer lesar os Bombeiros de Benavente”

Nuno Martins, Presidente demissionário da Associação Humanitária dos Bombeiros de Benavente, confirmando a notícia avançada esta tarde pelo NS, veio reagir oficialmente, através de comunicado, à decisão de deixar a presidência dos Bombeiros de Benavente, confirmando o diferendo com a Câmara Municipal de Benavente, que acusa de colocar em causa a saúde financeira da instituição de socorro.

O Presidente que durante os últimos dois anos geriu dos destinos da instituição que está prestes a cumprir 140 anos, começa por salienta que “apesar de, durante anos, a nossa Associação ter tido condições para obter mais recursos, nunca questionou essa divisão, pelo princípio de solidariedade que devemos ter sempre com todas as corporações de Bombeiros”.

Nuno Martins acusa o “executivo CDU da Câmara Municipal de Benavente, liderado pelo Presidente Carlos Coutinho, mas com a conivência dos Vereadores Hélio Justino e Catarina Vale”, de querer reduzir “em onze por cento o orçamento a atribuir à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Benavente”, depois de ter decidido aplicar “uma fórmula assimétrica”, para a atribuição do subsídio anual, e que emana de uma diretiva da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

“Enquanto defensor da boa estabilidade financeira da associação”, o Presidente que comunicou na passada terça-feira a sua demissão à Presidente da Assembleia Geral, considera que a decisão do Município de Benavente “resultará na descapitalização e desvalorização gradual dos nossos Bombeiros, afetando a sua sustentabilidade a médio/longo prazo, tornando-a vulnerável e incapaz d2e enfrentar as dificuldades que se avizinham no futuro.”

Nuno Martins, que lamenta ter sido “incapaz de contrariar as forças de contrapoder que foram sendo feitas para implementar esta fórmula de cálculo que beneficiam uns em detrimento de outros”, esclarece ainda que “contrariamente ao que tem vindo a ser veiculado, os Bombeiros Voluntários de Benavente e a sua Direção nunca se opuseram a que seja atribuído qualquer valor extraordinário para ajudar quem quer que fosse”, sendo que “aquilo que não posso concordar nem pactuar, é com a imposição do Presidente da Câmara e do seu executivo CDU neste cálculo que lesará os nossos Bombeiros, quer em 2025, quer no futuro.”

Recorde-se que em causa está o facto do cálculo da distribuição de apoios por parte da Câmara Municipal de Benavente para os Bombeiros de Benavente e Samora Correia passar a estar de acordo com várias vertentes, como o número de operacionais, de serviços e a dimensão do território, o que passará a atribuir cerca de 30 mil euros a mais à corporação de Samora Correia, pretendendo a direção demissionária que o valor fosse atribuído numa fórmula de 50% do valor global para cada uma das Associações Humanitárias.