Anúncio 0

Nuno Azevedo assume Câmara de Coruche com concelho a enfrentar falta de habitação, problemas de acessibilidade e risco de perda populacional

Por 

Anúncio 1
Anúncio 2

O exíguo auditório do Museu Municipal de Coruche recebeu ao final da tarde desta segunda-feira, 3 de novembro, a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos autárquicos, após as eleições de 12 de outubro.

Com quase tantas pessoas no exterior como no interior da sala, Nuno Azevedo tomou posse como presidente da Câmara Municipal de Coruche. Eleito pelo Partido Socialista, o novo autarca iniciou o seu discurso com um tom de gratidão e respeito institucional, agradecendo ao seu antecessor, Francisco Oliveira, pelo “trabalho e entrega à causa pública”, estendendo esse reconhecimento a todos os autarcas cessantes. “Quero, em nome do município de Coruche, agradecer o serviço público prestado por todos os que agora cessam funções. O vosso trabalho faz parte da história recente do concelho e merece o nosso reconhecimento”, afirmou.

Perante uma plateia composta por autarcas, representantes de instituições, trabalhadores municipais e dezenas de munícipes, Nuno Azevedo sublinhou a honra de assumir a presidência da Câmara Municipal. “Agradeço à população de Coruche a confiança que depositou em mim e no projeto que lidero. É uma honra ser o vosso presidente de Câmara”, declarou.

O novo presidente frisou que o mandato será guiado por um espírito de diálogo, cooperação e estabilidade política. “Seremos uma força política que governa com abertura e diálogo, procurando as pontes e os consensos que nos permitam garantir estabilidade para concretizar os nossos compromissos”, assegurou. Sublinhou, no entanto, que essa abertura não significará abdicar do programa que apresentou aos eleitores. “Respeitaremos os mandatos que os coruchenses nos confiaram. Saberemos negociar e concertar, mas sem nunca perder de vista o superior interesse do concelho e o compromisso que assumimos com os cidadãos.”

Defendendo que o poder local é um espaço privilegiado de proximidade e de serviço à comunidade, Nuno Azevedo garantiu que será “um presidente de todas e de todos os coruchenses”. Acrescentou ainda: “Estarei sempre próximo da população, dos trabalhadores municipais e das forças vivas do concelho. Quero um mandato de transparência, confiança e participação. Acredito que é muito mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa.”

O novo autarca destacou também a importância do trabalho conjunto com as freguesias. “Neste mandato, voltamos a ter oito freguesias, e os presidentes de Junta são parceiros fundamentais para o desenvolvimento e o progresso de Coruche. Contem comigo para esse trabalho em conjunto”, afirmou.

Nuno Azevedo revelou que pretende iniciar um ciclo de reuniões com os serviços municipais e com entidades estruturantes, tanto locais como regionais, abrangendo áreas como a saúde, a segurança, as acessibilidades e a gestão de resíduos urbanos. “Palavra dada tem de ser palavra honrada”, garantiu, explicando que o objetivo é “criar condições para que Coruche seja um concelho mais atrativo para viver, trabalhar e investir”.

No seu discurso, o novo presidente traçou as grandes linhas estratégicas do mandato, que passam pela valorização do território, pelo reforço das infraestruturas e pela aposta na criação de emprego qualificado. Destacou, em particular, a oportunidade que representa a construção do novo aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete, que considerou “um momento histórico para Coruche e para toda a região”.

“A decisão de avançar com o novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, associada ao reforço das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, constitui uma oportunidade única para o concelho de Coruche. Temos de aproveitar este momento para nos reposicionarmos no contexto regional e nacional, tornando-nos um novo polo de centralidade entre o Ribatejo, a Área Metropolitana de Lisboa, o Alentejo e o interior centro-sul”, defendeu.

O autarca afirmou que o concelho deve “preparar-se com mais equipamentos e infraestruturas, apostando na promoção do território para atrair investimento e dinamizar a economia local”. Sublinhou que “sem empresas e sem inovação não é possível fixar pessoas, e sem boas acessibilidades não é possível ter empresas competitivas”.

A habitação foi apontada como uma das prioridades centrais do mandato. “A habitação é um direito e tem de ser uma prioridade da política pública. Hoje, a casa consome uma grande parte do rendimento das famílias, e muitos jovens têm dificuldade em adquirir ou arrendar a sua primeira habitação. Isso é o primeiro entrave à fixação de população no concelho. Temos de dar respostas eficazes”, afirmou, defendendo também a simplificação dos processos de licenciamento.

O novo presidente abordou ainda outras áreas estruturais, como a saúde, a educação, a cultura e a ação social. “Queremos investir na requalificação do Centro de Saúde de Coruche e das escolas, criar novas creches e lançar um balcão único social que facilite o acesso dos cidadãos aos serviços municipais”, adiantou. Anunciou também a construção do Centro Cultural de Coruche e de um Fórum Cultural, Associativo e Digital, a instalar nas antigas escolas do Bairro Novo, que acolherá ainda a futura Universidade Sénior.

Com uma visão de desenvolvimento assente na inclusão e na sustentabilidade, Nuno Azevedo sublinhou que “as pessoas estarão sempre no centro da estratégia”. “Queremos um concelho coeso, que garanta a inclusão social, que combata o declínio demográfico e que promova o envelhecimento ativo e saudável. É tempo de agir e de construir um futuro melhor para todas as gerações”, afirmou.

A concluir, Nuno Azevedo deixou uma mensagem de confiança e compromisso. “Este é o tempo de agir, de construir e de trabalhar com todas e para todos. Sei que quatro anos não chegam para tudo o que queremos realizar, mas é agora o tempo de preparar o futuro de Coruche, reforçando a atratividade do concelho e criando mais emprego qualificado. Contem comigo, porque eu conto com todos. Viva Coruche, vivam os coruchenses”, terminou, sob fortes aplausos.

O executivo municipal de Coruche é composto por três eleitos do PS, três eleitos do Movimento Independente Volta Coruche – Dionísio Mendes e um do PSD.

Susana Vitorino lidera Assembleia Municipal

A Assembleia Municipal será liderada por Susana Vitorino, num processo que deixou claro um entendimento entre o PS e o PSD para uma tentativa de estabilidade do executivo municipal.

O candidato do PS à Assembleia Municipal, que venceu as eleições, cedeu a sua posição, para a eleita do PSD, que era a quarta da lista e entrou na Assembleia depois da desistência da primeira eleita.

Susana Vitorino, do PSD, terá como secretários Paulo Matias e Rosa Lindinho, do PS.

A lista apresentada pelo candidato do PS viria a derrotar uma lista apresentada pelo movimento independente. A lista A, do PS obteve 17 votos, a lista B, dos independentes, 10 votos, havendo registo de 2 votos em branco.

Por 

Anúncio 4
Anúncio 5
Anúncio 7
Anúncio 8

Conteúdo relacionado

Partilhar notícia

Partilhe através das redes sociais:

ou copie o link:

[current_url]
Anúncio 1