No dia de São Martinho a Companhia das Lezírias apresentou a “Senhora Companhia” (com Fotos)

12 Novembro 2024, 8:02 Não Por João Dinis

A Sala do Picadeiro, em Braço de Prata, local emblemático da Companhia das Lezírias recebeu esta segunda-feira, 11 de novembro, Dia de São Martinho, a apresentação do novo vinho “Senhora Companhia”, que marca a estreia dos vinhos de 2024, num ano que promete ser de grandes néctares.

Com uma edição limitada de 1200 garradas, o Senhora Companhia, da responsabilidade dos enólogos Catarina Rodrigues e David Ferreira, promete ser um vinho que ficará na memória dos apreciadores, distinguindo-se pela sua qualidade e multiplicidade de acompanhamentos, sendo um vinho para entradas, pratos principais e sobremesas.

“Este é um vinho feito com a casta Castelão que é apanhada à mão”, começa por nos referir Catarina Rodrigues, uma das responsáveis pelo sucesso deste vinho, que continua explicando que depois “as uvas vão inteiras para dentro da cuba, onde faz uma maceração carbónica durante nove dias”. “Após estes nove dias, ficam energizadas com dióxido de carbono, e vão à prensa onde é prensado e só depois faz uma fermentação à temperatura controlada de 18 graus”, num processo que “dá este vinho espetacular que temos aqui.”

A enóloga destaca que este é um vinho “bastante suave, com frutos vermelhos, ginja e na boca bastante sedoso”, que “funciona bastante bem com qualquer uma das comidas, seja com um naco de carne vermelha, seja com as broas, as castanhas, nesta altura ou com umas sardinhas assadas na altura dos santos populares.”

Sobre a vindima deste ano, e o seu resultado final, Catarina Rodrigues, que nos refere que ainda é “um bocadinho cedo” para antever resultados, refere que este ano haverá “vinhos brancos espetaculares, com bastante qualidade”, “e os vinhos tintos, em princípio, também.”

Presente na apresentação, que resultou também numa “reunião da Família Companhia das Lezírias”, onde se celebrou o São Martinho, esteve a Administração liderada por Eduardo Oliveira e Sousa, que não quis deixar de enaltecer o facto da Companhia das Lezírias ser “uma empresa emblemática na região onde está inserida, Samora Correia, o concelho Benavente, Vila Franca de Xira”, em que tudo o que se faz “tem um cariz social muito amplo, muito para além até dos próprios funcionários da Companhia”, porque “a Companhia, em tempos mais remotos tinha centenas de pessoas, hoje em dia tem perto de uma centena, incluindo os funcionários da Coudelaria de Alter em Alter do Chão, mas continua a dar trabalho a muita gente fora da Companhia, todos os prestadores de serviços que hoje em dia substituem essas tais dezenas de outros trabalhadores que antigamente aqui estavam acabam por beneficiar também da existência da companhia, porque aqui têm uma fonte de trabalho e uma fonte de rendimento para as suas empresas.”

Entre essa “responsabilidade social”, está a celebração do São Martinho, “que está associado ao magusto e associado à castanha assada, geralmente acompanhada de água-pé”, em que também era realizado o “ato simbólico para a analogia” da abertura do vinho novo, agora auxiliado pela tecnologia, que permite que “os enólogos puxando pelo seu conhecimento e pelas ferramentas que têm à sua disposição, saberem com alguma antecedência a qualidade dos vinhos que vão produzir”, pelo que “surgiu esta ideia de associar o dia 11 de novembro, não à castanha assada acompanhada de uma água-pé, mas sim de um vinho novo, mas um vinho novo já engarrafado, um vinho novo que pode ser comprado, que pode ser comercializado, embora seja feito com uvas do próprio ano.”

“Estamos a falar de um vinho tinto que, habitual habitualmente não se bebe no ano em que é produzido, em que é produzida a uva, mas este sim, foi produzido em agosto, as uvas foram colhidas à mão, depois com uma técnica diferente para dar origem a este vinho”, explica o Administrador da Companhia das Lezírias.

Eduardo Oliveira e Sousa salienta que “o que é facto é que este ano, fruto da qualidade da uva, que este ano foi muito boa, e desta tecnologia que os enólogos se empenharam em aplicar, o vinho que hoje abrimos está fantástico”, “fantástico nos aromas, está muito frutado, fantástico na cor tem uma cor rubi lindíssima, e é suficientemente leve, sem deixar de ser um vinho com alguma com algum teor alcoólico, 13%”.

Este é um excelente vinho para “quem queira comprar umas garrafas e guardá-lo durante, sei lá, um ano, quando chegar ao verão, pode abrir uma garrafinha deste vinho para acompanhar umas sardinhas assadas”, “é um vinho muito agradável”, frisa.

“Foram engarrafadas 1200 garrafas e eu tenho esperança para não dizer que tenho a certeza que, atendendo à qualidade daquilo que eu hoje aqui provei, que o vinho se vai esgotar muito rapidamente, tem um preço simpático, é um vinho com características muito próprias e por isso, como vinho novo que é, eu espero que seja um sucesso para a Companhia das Lezírias”, conclui, deixando uma palavra ao evento que a Companhia realizou dedicado aos funcionários, que foram “os primeiros a desfrutar deste vinho, porque este vinho tem a ver com eles”, pois “eles é que são os trabalhadores da Companhia e tudo aquilo que a Companhia faz é feito por eles e por isso acho que é justo serem eles os primeiros a provarem o fruto do seu próprio trabalho, e por isso, uma saúde aos trabalhadores da Companhia das Lezírias”.

“Comprem um bocadinho de vinho da Companhia, que é uma forma de não deixarmos morrer estas tradições”, concluiu desafiando os apreciadores a visitarem uma das lojas da Companhia e adquirir o Senhora Companhia.

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