Meios de combate aos incêndios são reforçados com desafio simultâneo de resposta à covid-19

15 Maio 2020, 10:16 Não Por Redacção

Os meios de combate aos incêndios florestais vão ser reforçados a partir de hoje, num ano em que o grande desafio é a pandemia de covid-19, sendo necessário conciliar a resposta aos fogos com a segurança sanitária.

A Directiva Operacional Nacional (DON), que estabelece o dispositivo especial de combate a incêndios rurais (DECIR) para este ano, indica que, entre hoje e 31 de maio, o reforço de meios se situa no nível II, o primeiro aumento adicional do ano.

Durante este período, vão estar disponíveis 8.402 operacionais que integram as 1.945 equipas e 1.968 viaturas dos vários agentes presentes no terreno, além dos meios aéreos, que serão no máximo 37.

Entre os meios, a DON prevê, para este período, cerca de 3105 elementos pertencentes aos bombeiros voluntários, 228 operacionais da Força Especial de Bombeiros e 2.200 da GNR, em que se inclui os guardas florestais, além dos quase 3.000 sapadores florestais.

No âmbito do DECIR está já em funcionamento, desde o dia 07 de maio, a Rede Nacional de Postos de Vigia, composta por 77 postos de vigia para prevenir e detectar incêndios.

A época de incêndios tem este ano o “grande desafio” em conciliar a resposta à pandemia de covid-19 com o combate aos fogos, nomeadamente a protecção dos operacionais envolvidos no DECIR.

A secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, afirmou esta semana, no parlamento, que o DECIR em 2020 tem o desafio de garantir o combate aos incêndios a protecção da floresta e, em simultâneo, proteger os operacionais que possam contrair Covid-19.

Nesse sentido, o Governo já anunciou que estão previstas “quatro grandes medidas” para mitigar “o eventual impacto da redução de operacionais” que possam ficar infectados com Covid-19 durante os meses de combate a incêndios, que tem a ver com a rotatividade do dispositivo, utilização de forças de redundância, balanceamento (equilíbrio) de meios entre distritos e reforço da vigilância em áreas crítica.

A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) também já anunciou que está a preparar um documento operacional com medidas e instruções que devem ser seguidas pelos envolvidos no combate aos para minimizar os efeitos da covid-19 no terreno.

A época de incêndios também é ensombrada com as dificuldades financeiras que vivem actualmente as associações humanitárias de bombeiros devido à actual situação pandémica, o que pode comprometer a sua capacidade de resposta a emergências.

Estas dificuldades financeiras “são fruto da diminuição abrupta do transporte de doentes não urgentes, com um impacto muito significativo na sua facturação, agravada pelo acréscimo repentino de gastos com equipamentos de protecção individual e material de desinfecção”, segundo foi revelado esta semana.

Para fazer face a esta situação, o Governo aprovou apoios para as corporações que se encontram em situação de debilidade financeira e, para fazer face às necessidades de tesouraria, nomeadamente para assegurar o pagamento de salários aos bombeiros assalariados e demais trabalhadores.

Também esta semana o Governo aprovou a circular financeira, que prevê que os bombeiros voluntários que integram o combate aos incêndios sejam aumentados este ano em quatro euros por dia, passando a receber 54 euros.

A circular financeira, documento anual que regula a comparticipação do Estado das despesas resultantes das intervenções dos corpos de bombeiros no âmbito dos dispositivos da ANEPC, contempla ainda um aumento de 10% no valor da comparticipação com alimentação.

Os meios de combate a incêndios voltam a ser reforçados em 01 de Junho, mas é entre Julho e Setembro, conhecida pela fase mais crítica, o período que mobiliza o maior dispositivo, estando este ano ao dispor de 11.825 operacionais, 2.746 equipas, 2.654 veículos e 60 meios aéreos.

Os meios são este ano reforçados em 3% face a 2019, nomeadamente com mais guardas florestais e sapadores florestais, e o dispositivo aéreo é contratado para quatro anos.

Com Agência Lusa

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