Mais de 300 polícias juntam-se aos protestos nacionais em Santarém
11 Janeiro 2024, 7:50Mais de 300 polícias da PSP, GNR e Guarda Prisional juntaram-se aos protestos que têm acontecido a nível nacional. Os agentes juntaram-se em vigília em frente à Câmara Municipal de Santarém na noite desta quarta-feira, 10 de Janeiro.
Os agentes da polícia têm protestado por melhores condições de trabalho e salariais. Nuno Ferreira, comissário da PSP e representante da plataforma de sindicatos da PSP e GNR explicou ao NS que os agentes pedem uma revisão dos estatutos (os da PSP datam de 2016 e os da GNR de 2017) e a actualização dos estatutos remuneratórios, que foram alterados pela última vez em 2009. O suplemento de Forças de Segurança foi actualizado de 34 euros para 100 euros, devido à inclusão do chamado “suplemento de risco”.
“Ficámos surpreendidos pela inclusão deste suplemento para a Polícia Judiciária em que para os inspectores ultrapassa os 900 euros”, declara Nuno Ferreira, deixando também a garantia que não são contra o suplemento ou o valor que é auferido pelos inspectores, que reclamam apenas igualdade de condições.
O oficial assinala ainda os direitos que a Polícia Judiciária tem que quer PSP quer GNR vêm negados, como pagamento de horas extraordinárias ou o direito à greve. “Estamos sujeitos a uma disponibilidade permanente com prejuízo da vida pessoal e o nosso suplemento fica muito aquém da Polícia Judiciária”, vinca o oficial. Nuno Ferreira garante ainda que, especialmente, o direito à greve é uma ferramenta de luta por melhores condições e que se o pudessem fazer, as reivindicações iam ser encaradas de outra maneira pelo Governo.
“Somos cidadãos com menos direitos e mais deveres que os outros portugueses”, afirma Nuno Ferreira.
Relativamente às declarações de José Luís Carneiro, Ministro da Administração Interna, em que afirmou que o orçamento para as polícias nunca foi tão alto como actualmente, Nuno Ferreira justifica este facto com a inflação que tem feito crescer as despesas. “A polícia também paga água, luz e limpeza”, explica.
Do lado da GNR as reivindicações tocam-se nos mesmos aspectos. Sandro Lopes, tesoureiro da Associação de Profissionais de Guarda, refere ao NS que é preciso haver mais investimento nas condições de trabalho e nas infraestruturas. O cabo da GNR garante que é necessário haver mais viaturas, mais equipamentos de protecção individual e um reforço de meios humanos, que só se consegue havendo uma valorização real, especialmente no que toca aos vencimentos.