Katarina Ferreira vence prémio internacional com boneco vivo “Benny-Venty”
13 Setembro 2024, 15:20Katarina Ferreira foi a grande vencedora do festival Living Statues, em Wilhelmshaven, na Alemanha, que decorreu entre 31 de agosto e 1 de setembro. A fundadora da empresa Quideia Animações, sedeada em Santarém, venceu o prémio de votação do público com mais de 3300 votos.
A artista venceu com uma performance de boneco vivo intitulada “Benny-Venty”, que tem como objetivo representar um ornamento de prateleira. A “estátua” do duende apresenta-se em cima de uma coluna de livros e e segurando um livro grande e quando ganha vida as interações com o público passam por folhear a obra que apresenta várias imagens pop-up.
O “Benny-Venty” foi criado durante uma residência artística da Quideia Animações que decorreu no concelho de Benavente em 2021. O nome surge de um trocadilho com o nome da cidade.
Ao NS a artista revelou que este é um prémio com um grande significado, já que é uma prova de excelência e do reconhecimento do seu trabalho.
“Este festival trabalha apenas com artistas profissionais, selecionados e convidados pela organização”, explicou a artista que soma já duas participações no certame internacional que junta as melhores performances de estátuas vivas provenientes de vários pontos do globo.
“Olhava à minha volta e só via o trabalho dos meus colegas espetacular”, relembrou a artista luso-canadiana que celebrou o seu 42.º aniversário no dia da conquista do prémio.
“Quando chegamos ao pedestal já levamos muitas horas de trabalho”
Desengane-se quem acha que esta é uma performance relativamente fácil de executar. Katarina Ferreira conta ao NS que uma “estátua-viva” envolve muitas horas de trabalho. O trabalho começa sempre por fazer um reconhecimento do espaço, seguindo-se a montagem do pedestal.
A alimentação e a hidratação que antecede a performance é de extrema importância pois as estátuas ficam nos pedestais horas a fio, altura em que não podem interromper as performances para se alimentar.
A caracterização é outra das dificuldades que estes artistas enfrentam. A grande maioria das estátuas vivas são extremamente detalhadas e têm um grande quantidade de trabalho a fazer nesse aspecto.
“Não é como um ator no teatro, que tem alguém que o maquilha e já conhece o palco antes de subir”, vinca a artista, não desvalorizando o trabalho de quem representa. A artista aponta ainda serem os próprios a fazer toda a gestão dos horários e todas as outras componentes fora da performance.
Fotos: Patra Evan photography