Juvenil do Cartaxo suspenso dois jogos por pedir a árbitro que atuasse sobre quem o insultava

João Murteira, um jovem jogador da equipa de juvenis do Sport Lisboa e Cartaxo foi suspenso por dois jogos, por alegadamente ter pedido ao árbitro que interviesse junto dos adeptos do União de Tomar, que o insultavam, num momento difícil da sua vida, pois tinha perdido a sua mãe a 4 de outubro.

O caso foi denunciado pelo treinador e pai do jovem atleta Pedro Murteira, que se encontra a responder na Associação de Futebol de Santarém a um processo disciplinar na sequência dos acontecimentos do jogo do passado dia 14.

De acordo o treinador e pai de João Murteira, este ter-se-á dirigido ao árbitro da partida, Carlos Lopes, a pedir que “tomassem alguma medida porque tinha perdido a Mãe há poucos dias”, uma vez que da bancada vinham insultos como “filho da p…”, que o estavam a incomodar, e para os quais a equipa de arbitragem não estava a tomar a melhor atitude.

“De imediato o árbitro mostrou ao jogador do SL Cartaxo, João Murteira o cartão de vermelho”, revela o pai, que viu agora o filho e jogador castigado por alegadamente “usar linguagem e/ou gestos ofensivos, injuriosos ou grosseiros”.

O facto de o árbitro ter expulsado o jovem atleta levou mesmo a que “alguns dos jogadores do plantel do SL Cartaxo dirigiram se para a bancada, porque revoltados com as ofensas de um energúmeno que na bancada continuou a chamar “filho da puta” ao colega da sua de equipa que tem 15 anos e que havia perdido a mãe há cerca de uma semana”, revela Pedro Murteira, que diz também se ter dirigido à bancada para “acalmar os meus jovens jogadores e coloca-los a todos dentro do balneário para evitar um avolumar de problemas”.

Pedro Murteira diz ter tentado falar com o árbitro para o sensibilizar, sobretudo apelar ao bom sendo do árbitro perante um jovem que tinha perdido a mãe e tentava encontrar no futebol uma forma de ter um momento de recuperação após a morte da progenitora.

O treinador salienta ainda que a PSP presente no local tem relatos de toda a situação, e que apenas expôs o caso para que “situações destas não voltem a acontecer”.

Quando o delegado recebeu a ficha de jogo, verificaram que o treinador e o jogador Daniel Souza, capitão de equipa, tinham também sido expulsos, com o jovem a ser castigado com 3 meses de suspensão por “tornar-se culpado de conduta violenta”, de acordo com o que vem explanado no mapa de castigos. “Onde impera o bom senso? Não quero nenhuma proteção, nem para mim por ter perdido a minha mulher, nem para o atleta João Murteira por ter perdido a mãe. A única coisa que quero é que se escreva a verdade e que este jovem árbitro tenha coragem e bom senso. Não me posso calar”, lamenta o treinador, que se revela desolado bem como o seu filho, que questiona agora a sua continuidade no futebol.