Justiça teve mão pesada com Tânia Ferrinho e sentencia 25 anos de prisão

18 Outubro 2023, 11:19 Não Por André Azevedo

O Tribunal de Santarém não teve mão leve com Tânia Ferrinho condenando-a à pena máxima de 25 anos pelo homicídio qualificado do pai, Carlos Ferrinho, e pela tentativa de homicídio da mãe, Maria Cristina Ferrinho.

Concluídos os trâmites legais e a investigação sobre os crimes cometidos a 10 de Outubro, o tribunal deu como provado que Tânia Ferrinho agiu motivada pelo ódio e de forma “livre e lúcida, com total conhecimento do que estava a fazer”, com a intenção de ceifar a vida dos pais. O tribunal justificou tal facto com a proximidade dos ferimentos a zonas vitais, pulmões e coração, dos pais. Maria Cristina Ferrinho foi esfaqueada sete vezes nas costas e Carlos Ferrinho foi atingido seis vezes nas costas e mais três no peito.

Há ainda a prova testemunhal, de um vizinho que assistiu a Tânia Ferrinho a esfaquear o pai, já na entrada do prédio, para onde este tinha fugido, e um vídeo, captado por um trabalhador que executava obras no prédio, que mostra a homicida a falar com o vizinho, enquanto o pai se esvaía em sangue, após ser esfaqueado. A juíza, que assistiu ao vídeo, diz ter ficado impressionada pela falta de preocupação e de arrependimento, como pelo sangue frio de Tânia Ferrinho.

A situação foi espoletada pela entrega de uma notificação de estatuto de vítima, entregue pela GNR, à mãe de Tânia Ferrinho, decorrente de um processo de violência doméstica, que iria provavelmente resultar na prisão da homicida, que se muniu de um canivete para tirar a vida dos pais. O tribunal deu como provado que Tânia atacou primeiro a mãe, que se encontrava acamada há mais de dois anos, tendo de seguida perseguido o pai, que encetou a fuga para fora da casa onde viviam, em Samora Correia, concelho de Benavente. Tânia acabou por alcançar o pai já no pátio de entrada do prédio onde o esfaqueou nove vezes. Enquanto esperava o socorro, a vítima referiu várias vezes que Tânia Ferrinho já tinha assassinado a mãe no interior da habitação. Os idosos acabaram por falecer no Hospital de Vila Franca de Xira, dois meses após o ataque.

As autópsias das vítimas indicaram que Carlos Ferrinho faleceu devido aos ferimentos sustidos no ataque da filha, enquanto Maria Cristina Ferrinho terá falecido de causas naturais.

Tânia Ferrinho foi condenada a 22 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado do pai e a 11 anos e seis meses pelo homicídio qualificado na forma tentada da mãe, resultando na pena máxima total de 25 anos, permitida à luz da lei portuguesa. A homicida foi ainda condenada a pagar uma indemnização ao Hospital de Vila Franca de Xira, cerca de 57 mil euros pelos cuidados prestados às vítimas. É ainda condenada a indignidade sucessória, ficando impossibilitada de receber qualquer herança. Ainda assim o NS apurou que a casa onde vivia com os pais está em seu nome.

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