Jacintos de água e visitação massiva afetam Paul do Boquilobo

24 Junho 2024, 16:31 Não Por André Azevedo

António Camilo referiu ao NS que um dos principais perigos que atinge o Paul do Boquilobo prende-se com a invasão dos jacintos de água. O autarca explicou que esta é uma praga que põe em perigo os ecossistemas aquáticos do paul e que as autoridades se têm visto e desejado para a controlar.

O presidente da Golegã falou ao NS durante o fórum comemorativo do 44.º aniversário da Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo, realizada na segunda-feira, 24 de Junho, no edifício Equuspolis na Golegã.

A planta invasora infesta a zona alagada do paul e a zona de Alverca da Golegã, que segundo o António Camilo chega a ter 50 por cento do espelho de água coberto pelos jacintos. A autarquia já tentou várias soluções para eliminar os jacintos que teimam em regressar ano após ano. Ceifeiras aquáticas, circulação com barcos de maneira a retirar os jacintos, entre outras técnicas foram aplicadas pela autarquia, mas sem grande sucesso.

No futuro, o autarca diz que estão preparadas intervenções recorrendo ao isolamento por zonas da planta e retirada das águas, ou aplicação de tratamentos químicos que não afetem os ecossistemas. Estas foram soluções apresentadas na iniciativa que decorreu durante a manhã e contou com a participação de Ana Sofia Nunes, da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra e que abordou a invasão e o controlo da praga dos jacintos de água.

Rui Pombo, diretor regional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) da Lezíria do Tejo, também alertou para outro dos perigos a que a Paul do Boquilobo está sujeito, que é a transformação num sítio de visitação massiva e virado para a prática desportiva, que põe em risco os ecossistemas protegidos presentes na reserva.

O director do ICNF fez esta referência em jeito de recado aos representantes das autarquias, referindo também a importância do Paul do Boquilobo em termos de visitação turística e o impacto que tem nas economias locais.

Uma das soluções apresentadas pelo autarca, que apontou como uma necessidade do paul foi o aumento da zona alagada, trazendo-a para junto do Centro Interpretativo. Na óptica de Joaquim Cabral isto traz benefícios para a visitação, aumentando a atratividade da reserva, ao mesmo tempo que salvaguarda as zonas da reserva de acesso restrito, já que diminui a penetração de visitantes no interior do território.

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