O candidato da Iniciativa Liberal (IL) à Câmara de Santarém defendeu hoje a valorização do ensino profissional e uma maior articulação entre instituições de formação e tecido empresarial local, para promover a integração dos jovens no mercado de trabalho.
“A restauração e a hotelaria são setores estratégicos para o desenvolvimento de Santarém e é essencial que os profissionais formados nestas áreas sejam vistos como embaixadores da região”, afirmou Rodrigue Devillet Lima, durante uma visita à Escola Profissional do Vale do Tejo, sublinhando a importância de “respeitar e valorizar os produtos locais”, como o vinho, enquanto expressão de cultura e identidade.
Na visita à escola, que forma jovens em áreas como o Turismo e a Restauração, o candidato liberal sublinhou que a cidade tem registado uma evolução significativa na oferta gastronómica, com destaque para o restaurante de Rodrigo Castelo, distinguido com uma estrela Michelin e uma estrela verde de sustentabilidade.
“É um feito notável para uma cidade com cerca de 50 mil habitantes”, disse.
De forma a valorizar o património gastronómico da cidade, Rodrigue Devillet Lima propôs uma ligação mais estreita entre as escolas profissionais e as empresas locais, nomeadamente com a realização de estágios e formações específicas, como o Court of Master Sommeliers ou o WSET (formações reconhecidas internacionalmente para profissionais da restauração e hotelaria).
“É preciso deixar de ver o ensino profissional como um estigma e adaptá-lo às reais necessidades dos empregadores”, afirmou, defendendo que os currículos devem ser adaptados às exigências reais das empresas e que os jovens devem ser expostos desde cedo às dinâmicas do mercado de trabalho.
Sobre a integração dos jovens no mercado de trabalho, o candidato reconheceu que o Politécnico de Santarém tem dado “um salto importante”, nomeadamente na área da enfermagem, mas alertou para a dificuldade em reter os profissionais formados na cidade.
“É preciso ir mais além, promover feiras de emprego, criar redes de contacto entre estudantes e empregadores, como já acontece em Lisboa com iniciativas como o Job Shop”, sugeriu.
Segundo o candidato liberal, Santarém deve apostar na criação de condições que atraiam e fixem pessoas, à semelhança do que acontece nos grandes centros urbanos.
“Lisboa é Lisboa porque, além de trabalho, oferece cultura, lazer e qualidade de vida. Santarém tem de seguir esse caminho”, defendeu, propondo que a cidade se transforme numa “Riviera da Lezíria”, com uma “oferta diversificada e qualificada” que valorize o território e a sua identidade.
O candidato abordou ainda a área da agricultura, defendendo a aproximação entre a Escola Superior Agrária e as novas tecnologias, referindo que a agricultura de precisão envolve já biologia, química, inteligência artificial e drones.
“Precisamos de cruzar a agronomia com o setor tecnológico para responder aos desafios atuais”, afirmou.
Sobre as eleições autárquicas, o candidato disse estar confiante nos resultados, destacando o crescimento da Iniciativa Liberal no concelho e a boa receção nas ações de rua.
“Estamos a trabalhar para sermos a quarta força política a nível autárquico, como já o somos a nível legislativo”, afirmou, reconhecendo o desafio de combater o voto útil e a concorrência de partidos como o Chega, especialmente entre os mais jovens.
“Temos uma boa implementação junto da juventude, e estamos a fazer tudo para alcançar um resultado positivo no dia 12 de outubro”, concluiu.
O executivo municipal de Santarém é atualmente composto por quatro eleitos do PSD e quatro do PS, num acordo de governação que distribui pelouros entre os dois partidos. O Chega tem um vereador.
São candidatos à presidência da Câmara Municipal de Santarém o atual presidente da câmara, João Leite (Coligação PSD/CDS-PP), Pedro Ribeiro (PS), José Rui Raposo (CDU), Pedro Correia (Chega), Pedro Mendonça (coligação Livre/BE) e Rodrigue Devillet Lima (IL).
