Infraestruturas de Portugal avança com projeto para reduzir acidentes entre Alcochete e Samora Correia

A Infraestruturas de Portugal (IP) assinou na última quinta-feira o contrato de adjudicação do projeto de requalificação da Estrada Nacional 118 (EN118), entre Alcochete e Samora Correia, com o objetivo de dotar a via de melhores conduções, que permitam “a debelar a sinistralidade existente na zona”.

O projeto de requalificação da EN 118, irá incidir entre o quilómetro 10.950, na Ponte das Enguias, no concelho de Alcochete e o quilómetro 31.640, na rotunda do Restaurante “A Torre”, para onde havia sido anteriormente realizado um estudo e relatório que avaliou as condições da via.

O troço da via, com cerca de 20 quilómetros, foi caracterizado no estudo da IP, como “um extenso alinhamento reto (do km 16+500 ao km 31+640) com um elevado tráfego pesado, características que têm contribuído para os elevados níveis de sinistralidade
registados nesta via”, pelo que a IP pretende “desenvolver as soluções necessárias para debelar a sinistralidade existente na zona em estudo, no seu sentido lato.”

De acordo com os dados disponibilizados no estudo, a que o NS teve acesso, a EN 118 tem naquele troço cinco pontos de sinistralidade grave, tendo o mesmo identificado as condições da vida como responsável de 31% dos acidentes aí verificados.
“Constata-se facilmente a predominância de acidentes relacionados com inadequação ao traçado por deficiente leitura do ambiente rodoviário, ou seja, pelo traçado potenciar comportamentos incompatíveis e inadequados, e acidentes relacionados
pelo não cumprimento da distância de segurança, onde contribui para tal, a existência de uma grande percentagem de veículos pesados que originam dois regimes de velocidade de circulação muito distintos entre ligeiros e pesados”, lê-se no relatório elaborado há cinco anos atrás e que serviu agora para a adjudicação do projeto.

A IP pretende que o projeto a apresentar pela empresa adjudicatária tenha com o objetivo “uma beneficiação/construção no troço em causa da EN118, o qual deve prever a melhoria das condições de circulação e de segurança da via, preconizando-se para tal uma intervenção ao nível do alargamento da plataforma circulante, pela introdução de vias de lentos e bermas, e consequentemente no pavimento, no sentido de recuperar e reforçar a capacidade estrutural do mesmo, introdução de rotundas de forma a eliminar as viragens à esquerda e atenuar as velocidades, bem como solucionar alguns problemas de drenagem, que inclusivamente pode levar à necessidade de substituição desses órgãos.”

“No trecho final, de características urbanas, assume maior destaque o reordenamento das áreas adjacentes, através da reorganização dos estacionamentos, gares de transporte públicos e introdução de passeios onde aplicável, entre outros aspetos”, acrescenta a IP.

Entre as principais alterações a introduzir nestes 20 quilómetros da EN118, considerado como um dos pontos negros do concelho de Benavente, no que diz respeito à sinistralidade rodoviária, estão a introdução de uma Rotunda junto a Campo de Tiro, substituindo o atual cruzamento, entre outras que venham a ser consideradas pertinentes, bem como uma renovação da entrada em Porto Alto e Alcochete, de modo a que os condutores possam abrandar a velocidade de entrada em zonas populacionais.

O projeto prevê ainda o alargamento da faixa de rodagem, indo para isso ser realizadas expropriações, cujas negociações ainda não se iniciaram, por não se conhecer a real dimensão de terreno necessária.

Para já, o projeto, que tem um prazo de execução estimado em 13 meses, foi adjudicado por 499.779,90 euros, acrescidos de IVA, não havendo ainda previsão para o valor global do investimento, nem o arranque das obras há muito reclamadas por municípios e condutores.