Golegã está a preparar projeto de açude amovível no rio Almonda
28 Dezembro 2024, 18:55O município da Golegã está a elaborar um projeto para a construção de um açude amovível no rio Almonda, na freguesia de Azinhaga, para garantir a manutenção do espelho de água durante os meses de verão.
Segundo o município, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já indicou que a solução é viável, estando o processo agora dependente da consulta formal ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
“Tivemos uma reunião com a APA que disse-nos formalmente que havia a possibilidade de construir um açude e explicou-nos o que é que temos que fazer para conseguirmos obter a aprovação”, explicou à Lusa o vice-presidente da Câmara da Golegã, no distrito de Santarém, Diogo Rosa.
Além disso, contou, há dois meses o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, visitou o local proposto para a construção do açude e manifestou apoio à iniciativa.
Ainda segundo o autarca, o projeto tem como objetivos principais o armazenamento de água para agricultura, a manutenção da biodiversidade e o aproveitamento turístico da zona ribeirinha.
“Os benefícios são três: a questão do armazenamento de água para a agricultura, que alimenta os aquíferos daquela zona e onde os agricultores podem retirar água para rega; a manutenção da biodiversidade e o aproveitamento turístico. Temos um passadiço onde as pessoas podem passear e atividades para pesca desportiva. Se o rio estiver seco, este aproveitamento turístico deixa de existir”, afirmou.
A estrutura será construída com materiais naturais, para permitir a sua remoção após o verão.
O município espera implementar esta solução até abril, garantindo a sua funcionalidade entre maio e outubro, os meses mais críticos de seca.
De acordo com o vice-presidente, trata-se de uma solução económica, que poderá ser executada por “poucos milhares de euros”, aproveitando materiais naturais.
Em agosto de 2023, a APA emitido um primeiro parecer desfavorável à construção de um açude, argumentando que poderia colocar em causa a segurança de pessoas e bens e a garantia das condições naturais de infiltração.