Funcionário do Intermarché de Salvaterra que tentou matar patrão condenado a sete anos e meio de prisão

11 Novembro 2024, 12:43 Não Por João Dinis

O funcionário do Intermarché de Salvaterra de Magos, que a 24 de junho do ano passado tentou matar o patrão a tiro, viu o Tribunal da Relação de Évora confirmar a pena de sete anos e meio de prisão, aplicada a 12 de junho pelo Tribunal Judicial de Santarém.

Além da pena privativa da liberdade, que começará a cumprir quando esta transitar em julgado, o homem de 64 anos, que disparou seis por seis vezes sobre o patrão, foi ainda condenado a pagar uma indemnização de 20 mil euros, por danos não patrimoniais.

O recurso para a Relação foi baseado no facto do agora condenado alegar que disparou acidentalmente, facto que foi considerado como não provado. O agressor “não apontou para uma perna ou pé ou até para o ar, como se apenas pretendesse assustar o ofendido, sendo que poderia e tinha capacidade para o fazer, dada a sua experiência e habilitação relativamente a armas de fogo”, mas sim “em direção ao ofendido”, salientam as Juizas que analisaram e ratificaram o acordão, que não validam também a tentativa de suspensão da pena, uma vez que a mesma é superior aos 5 anos de prisão.

Recorde-se que o homem de 64 anos, residente no concelho de Salvaterra de Magos, exercia funções de guarda noturno, e o facto de o proprietário do Intermarché de Salvaterra de Magos lhe ter anunciado a dispensa terá motivado esta reação.

Por volta das 11.30 horas, do dia 24 de junho de 2023, o agressor entrou no supermercado, e depois de uma conversa que levou a um desentendimento entre este e a vítima, se deslocou à viatura, onde tinha uma arma de calibre .32, com a qual efetuou os seis disparos, um dos quais atingiu a vítima na face, provocando-lhe “traumatismo na hemiface direita, com alojamento de fragmentos metálicos nos tecidos moles epicranianos da região periauricular e na hemiface à direita, com fratura afetando o arcozigmático direito e a cavidade glenoide com edemas, hematomas e enfisema dos tecidos moles regionais”, e que o levou mesmo a ter que realizar uma cirurgia facial no Hospital de São José, em Lisboa.

Apesar de ter licença de uso e porte de arma, o agressor abandonou o local sem prestar socorro a vítima, tendo sido detido pela GNR sem oferecer resistência.

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