Festival Internacional de Cinema de Santarém mostra 32 filmes de 21 países de 24 a 28 de maio

13 Maio 2023, 10:33 Não Por Lusa

O Festival Internacional de Cinema de Santarém (FICS), dedicado às temáticas do território, regressa depois de um interregno de três décadas, mostrando, de 24 a 28 deste mês, 32 filmes oriundos de 21 países.

Em comunicado, o FICS afirma que a Competição Portuguesa contará com os filmes “Luana”, de Tiago Melo Bento e Maria Simões, “Pastor Cósmico”, de Inês T. Alves, Mariana Pinho e Duarte Martins, “Boca Cava Terra”, de Luís Campos, “Terra que marca”, de Raúl Domingues, e “Um Nome para o que sou”, da realizadora Marta Pessoa.

Estão incluídos também filmes de realizadores escalabitanos, como “Denegas”, de Pedro Mourinha, “TRANS((MISSÃO))”, de Miguel Canaverde, e “Tradições dum Povo”, de Paulo Antunes, sublinhando a organização que vários realizadores estarão presentes no Festival.

Na Competição Internacional, estarão presentes “imagens de quase todo o mundo, das florestas húmidas da América do Sul, passando pelas planícies holandesas até às montanhas do Nepal”, afirma o FICS, uma organização do Cineclube de Santarém com o apoio do município escalabitano.

A organização destaca a estreia internacional de “Là où l’herbe est plus verte”, de Coco Tassel, “sobre a perspetiva de um agricultor francês sobre o trabalho com a terra”, e de “Tending The Garden”, de Claire Weissbluth, “uma viagem ao longo de um ano na vida comunitária de três quintas familiares que cultivam canabis e alimentos em busca de um futuro regenerativo”.

Na secção Panorama, “onde se apresenta uma visão da produção contemporânea nacional e internacional”, haverá a estreia mundial de “Nomadic Island – Towards Third Nature”, do realizador italiano Mattia Mura Vannuzzi, que estará em Santarém “para acompanhar o filme que explora novas soluções para enfrentar os desafios ambientais através da colaboração e da experimentação artística”.

O bailarino brasileiro Ramon Lima, um dos participantes de “Tes jambes nues”, de Vladimir Léon, “filme que funde o trabalho da terra e o trabalho coreográfico enquanto procura de uma forma mais justa de habitar o mundo”, marcará igualmente presença, acrescenta.

A secção Em Foco, dedicada “às agropoéticas de libertação e às lutas ecológicas”, trará a Santarém filmes que “propõem uma reflexão sobre a devastação das paisagens naturais e história de violência colonial e extrativista, em torno das práticas agrícolas de comunidades na Índia, Palestina, Moçambique e Mali”.

A realizadora indiana Radhamohini Prasad estará em Santarém para a estreia internacional do filme “Farmer Collectives in North Bengal” e Diogo Cardoso e Sofia da Palma Rodrigues, membros do colectivo de jornalismo narrativo Divergente, irão acompanhar a exibição do seu filme “Terra de todos, terra de alguns”, anuncia, ainda, o Cineclube.

Na programação “para além da tela”, o FICS promoverá conversas com realizadores, atividades no âmbito do projeto educativo “Sementes e Rebentos” e uma oficina sobre som, dinamizada pela associação Waves of Youth, iniciativas “em torno da temática agrícola, rural e ambiental”.

O programa inclui um jantar temático “Cinema à Mesa”, no antigo Refeitório Jesuíta do Museu Diocesano de Santarém, em que o chefe João Correia, do restaurante Dois Petiscos, vai criar um menu de degustação a partir do filme “Religo”, de Flora Pesenti, que será visionado antes da refeição.

Na sessão de encerramento, organizada em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, será exibido o filme “Erupção Vulcânica dos Capelinhos, Ilha Do Faial (1958)”, de Raquel Soeiro de Brito, acompanhada com uma composição ao vivo pelo artista escalabitano Manuel Brito e a pianista Sílvia Mendonça.

Designando-se como “Um Festival da terra, pela Terra”, o FICS reivindica-se como “um dos festivais de cinema mais antigos de Portugal”, tendo surgido em 1971, com a exibição, até 1989, de cinema sobre as temáticas agrícola, rural e ambiental.

A 16.ª edição do FICS surge agora, “retomando a sua matriz de programação”, com a exibição de “filmes que explorem a relação entre o cinema e o território”, abordando questões como “o trabalho, a natureza, a produção alimentar, a preservação ambiental, as alterações climáticas, as tradições, o que permanece e o que se altera”.

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