Falta de creches em Samora Correia faz proliferar amas ilegais e já há relatos de maus tratos

21 Novembro 2023, 18:58 Não Por João Dinis

A falta de resposta da valência de Creche na freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, está a fazer com que o número de amas ilegais esteja a aumentar significativamente, existindo já relatos de maus tratos ou negligência nos cuidados prestados a bebés e crianças.

Um grupo de pais da cidade esteve esta segunda-feira na reunião de Câmara de Benavente, onde o tema voltou a ser abordado.
Os progenitores pediram à autarquia que desse uma data definitiva para a abertura da creche no espaço onde funcionava a “Miúdos e Companhia”, depois do Município ter apontado o final de outubro para a sua abertura, e o mesmo ter falhado em virtude do licenciamento ter sofrido um revês, com novas exigências da Segurança Social.

Carlos Coutinho, Presidente da Câmara Municipal de Benavente, que aponta agora o final do ano para a abertura do espaço, reconheceu que a autarquia não geriu da melhor forma o processo, tendo confiado que bastaria um licenciamento simples, sendo depois confrontada com a Segurança Social a exigir algumas intervenções no local.

Com o cenário de falta de creches na freguesia, nos últimos meses têm sido inúmeras as amas ilegais que foram surgindo, e ao que o NS apurou, algumas com cerca de uma dezena de crianças a seu cargo, bem acima das quatro permitidas por lei.

Uma das mães que esteve presente na reunião, relatou ao NS ter conhecimento de, pelo menos, um caso de negligência de uma ama para com um bebé, que estava o dia inteiro com a mesma fralda, tendo mesmo apanhado uma infeção.

A criança teve mesmo que receber cuidados pediátricos, e ao que o NS apurou os pais não apresentaram queixa, tendo apenas retirado o bebé dos cuidados da ama.

Os valores praticados pelas amas em Samora Correia são variados, rondando os 200 euros mensais, sem recibo, tendo ainda os progenitores que fornecer a comida, fraldas e produtos para a higiene da criança.

Alguns pais preferem ainda assim entregar os seus filhos a amas ilegais, que efetuar muitos quilómetros diários ou encontrar uma solução entre familiares.

A fiscalização para este tipo de serviço é responsabilidade da Segurança Social, que tal como a GNR não receberam até ao momento a formalização de nenhuma queixa.

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