Foi inaugurada este domingo, 5 de outubro, data em que se assinala a Implantação da República Portuguesa, na Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça a exposição individual da artista plástica Ildebranda Martins, intitulada “O Recetáculo – Alma Antiga”.
A mostra reflete a crença filosófica, espiritual e religiosa da reencarnação e da eternidade da alma humana. Segundo a sinopse, a exposição parte da ideia de que a essência de cada ser é imortal e que, após a morte, voltará a habitar outro corpo, humano ou animal, para dar continuidade ao processo de evolução. “A alma humana é um depósito de vidas passadas, com lições herdadas e apreendidas. Chamam-me alma antiga… porquê?”, questiona a artista, lançando o mote para a reflexão do visitante.
Ildebranda Martins, nascida em Angola em 1965, vive em Lisboa e divide a sua carreira entre a criação artística e a curadoria. Autodidata, iniciou-se na pintura e nas artes plásticas há várias décadas, mas foi sobretudo a partir de 2008 que consolidou a sua expressão artística através de instalações assentes em manequins. Esta opção estética, que se prolongou até 2025, resulta da necessidade de criar ambientes onde cinema, teatro, fantasia e realidade se cruzam.
A artista considera que a arte não deve ter apenas uma função decorativa, mas sim provocar sensações e despertar consciências. Além da sua produção autoral, exerce atualmente funções de curadora na Galeria Beltrão Coelho, um projeto de responsabilidade social que apoia artistas emergentes e promove exposições como espaços de incubação de novas parcerias criativas. Paralelamente, fundou e integrou diversos projetos artísticos, participando em mais de 60 exposições, tanto em nome individual como coletivo.
A inauguração da exposição “O Recetáculo – Alma Antiga” na Casa dos Patudos representou, assim, não apenas a celebração da arte contemporânea, mas também um diálogo entre passado e presente, entre história e espiritualidade, num espaço que é, por si só, símbolo da memória republicana e cultural do país.