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Exportações de cortiça caem 5,2% para 1.148 ME em 2024 após anos de recordes
18 Fevereiro 2025, 15:42As exportações portuguesas de cortiça caíram 5,2% em 2024, para 1.148 milhões de euros, interrompendo uma sequência de recordes consecutivos devido às dificuldades no setor vitivinícola a nível mundial, anunciou hoje a associação setorial Apcor.
“Fatores como o contexto económico e respetiva inflação, que afetou o poder de compra dos consumidores, assim como algumas tendências associadas a hábitos de consumo, explicam a quebra de consumo de vinho em vários mercados representativos”, refere a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor) em comunicado.
Segundo detalha, a quebra nas exportações foi “particularmente influenciada pela redução na procura por rolhas de cortiça, que representam mais de 70% do total exportado pelo setor”.
Adicionalmente, “a menor competitividade da indústria derivado de um aumento do preço da matéria-prima nas últimas campanhas de cortiça também contribuiu para a redução do volume de rolhas exportadas”.
“O mercado global do vinho enfrenta uma conjuntura desafiante impactando o consumo em alguns mercados-chave como os Estados Unidos e França”, refere a associação.
França, o maior produtor mundial de vinho, manteve-se como o principal importador de cortiça portuguesa no ano passado, seguindo-se Espanha, os EUA, Itália e Alemanha.
Apesar da quebra das exportações, o presidente da Apcor destaca que a balança comercial do setor “se manteve sólida, com uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de 5,2 vezes e um saldo de 929 milhões de euros, o que reflete a relevância estratégica da cortiça para a economia portuguesa”.
“A conjuntura internacional, nomeadamente de guerras comerciais entre blocos económicos, não nos permite antecipar uma recuperação rápida, mas o setor está a responder com medidas de adaptação e continuaremos a apostar na inovação, na diversificação de mercados e na promoção internacional da cortiça como forma de relançar as exportações do setor e voltar a uma linha de crescimento alinhada com os anos precedentes”, garante Paulo Américo de Oliveira, citado no comunicado.
Realçando que a cortiça “continua a ser um material com características técnicas e ambientais únicas que beneficia da preferência de profissionais e consumidores em vários setores e a nível internacional”, a Apcor defende que “a aposta na inovação, na diferenciação e na sustentabilidade deverá ser a chave para o reposicionamento do setor perante um cenário global adverso”.