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Escola de Arte Equestre lusitana tem lista de espera de quatro meses nos EUA

Cultura

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Foto por: D.R.
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A ‘Sons of the Wind Farm’, escola de artes equestres do mestre português Vitor Silva, é já uma referência nos Estados Unidos, com os clientes a enfrentarem uma lista de espera de quatro meses para frequentarem as aulas.

Em entrevista à Lusa, Vitor Silva defendeu que a elevada procura se deve ao “produto de qualidade” que é oferecido: instrutores com elevada experiência e cavalos lusitanos “extraordinários”.

O mestre português divide o seu tempo entre Massachusetts e a Florida, dois estados norte-americanos onde estão localizadas as unidades da sua escola, passando seis meses em cada uma delas.

Mas para se perceber a ligação de Vitor às artes equestres e ao cavalo lusitano é preciso recuar no tempo e às origens deste português natural da Ilha Terceira, nos Açores, mas a viver há cerca de 40 anos nos Estados Unidos.

Hoje, com 63 anos, lembra a infância, quando os amigos só “queriam uma bicicleta ou uma moto para andar” e Vitor só pensava em alimentar a sua “paixão por cavalos”.

Essa paixão foi sendo fomentada pelo pai, que o levava a mostras da especialidade, como as Feiras da Golegã ou de Santarém. 

“Eu nasci nos Açores. Naquela altura as pessoas usavam os cavalos para o trabalho, mas eu sempre tive essa questão do toureiro. Quando crescesse, eu queria ser cavaleiro tauromáquico. Essa paixão esteve sempre comigo. Queria saber o bem montar, imaginava-me a fazer coisas que naquela altura não existiam”, contou, frisando que “Portugal desenvolveu-se muitíssimo a nível equestre nos últimos anos”.

A Arte Equestre Portuguesa foi classificada em 2024 Património Imaterial Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). 

Quando tinha 19 anos, Vitor emigrou para os Estados Unidos. A ideia era ficar apenas dois anos no país, mas “o tempo foi passando” e começou a enveredar pela área empresarial.

“Sempre me dediquei à equitação, mas nunca pensei que hoje estaria a ganhar a vida com cavalos. Porém, essa tem sido a minha caminhada nos Estados Unidos. Tive outras empresas, mas acabei sempre por voltar aos cavalos”, contou à Lusa.

Face às condicionantes da época, Vitor Silva tentou aprimorar ao máximo o seu conhecimento e rodeou-se de literatura sobre a arte equestre.

Mas foi um outro português, Francisco Grelo, natural das Caldas da Rainha, mas a viver em Toronto, que lhe deu o “incentivo e a ajuda necessária para ir além” e passar de um cavaleiro praticante para um mestre de equitação.

A partir daí, de uma pequena quinta que havia comprado, passou para uma escola de artes equestres, com o cavalo lusitano a ser a estrela.

“O que eu percebi logo de imediato é que as pessoas precisavam de instrução. Não precisavam de mais uma pessoa para competir. Precisavam de alguém que lhes desse instrução com uma certa qualidade e com cavalos de alta qualidade. Foi aí que iniciei a escola, há cerca de 30 anos, e até à data de hoje nunca mais parou”, disse.

“Nós temos hoje em dia uma lista de espera de quatro meses para entrar aqui na escola. Temos gente de todo o mundo como clientes, mas claro que a maioria é da América do Norte: do Canadá e dos EUA”, explicou.

Vitor Silva reforçou que a procura pelo cavalo lusitano não se deve ao facto de “Portugal estar na moda”, mas porque, na sua opinião, “é o melhor cavalo do mundo”.

“É um cavalo que toureia, que pode dar passeio. É um cavalo com temperamento excecional, é corajoso, é nobre. Portanto, a imagem do nosso cavalo é a imagem de nós portugueses”, afirmou, indicando que tem hoje cerca de 150 cavalos lusitanos, entre os Estados Unidos, Portugal e Brasil, país onde tem um centro de reprodução e um centro de treino.

Questionado sobre se as tarifas impostas à União Europeia pelo Presidente norte-americano, Danald Trump, afetam o seu negócio de importação de cavalos, Vitor Silva assentiu, mas garantiu que é um negócio frequentemente afetado por “variáveis” e, por isso, tentará “adaptar-se”, como sempre faz.

“Portanto, não é nada que faça parar o negócio. Temos de nos adaptar. Porque realmente temos um bom produto e existe procura”, sublinhou o empresário português, refletindo que a sua experiência tem sido “muito positiva”.

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