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Enfermeiros do Hospital de Santarém acusam administração de falta de planeamento
9 Janeiro 2024, 14:30Os enfermeiros do Serviço de Urgência do Hospital Distrital de Santarém (HDS) estiveram durante a manhã desta terça-feira, 9 de Janeiro, em protesto pelo situação caótica que se tem vivido no serviço, que apresenta uma taxa de internamento na ordem dos 200 porcento.
Helena Jorge, enfermeira do HDS há cerca de 30 anos e representante do Sindicato dos Enfermeiros, afirma que o serviço “nunca esteve tão mau como agora em termos de afluência” e acusa a administração do HDS, liderada por Ana Infante, de falta de planeamento para dar resposta a esta afluência. Esta terça-feira havia 109 utentes internados na urgência, sendo a maioria dos casos fruto da vaga de gripe que se instalou em Portugal nas últimas semanas.
“Toda a gente sabia que os meses de Dezembro e Janeiro iriam ser muito complicados em termos de saúde. O planeamento tem de ser anterior, não pode ser quando as coisas acontecem. Os profissionais de saúde não demoram um dia a ser integrados. Os enfermeiros novos precisam de ser bem integrados para não porem em risco a vida das pessoas”, acusa Helena Jorge.
“Apetece-me chorar, como enfermeira, com o que se passa naquela urgência”, lamentou a enfermeira. Devido à quantidade elevada de doentes internados (acrescendo-se os utentes que vão à urgência para receber tratamento e têm alta no próprio dia) e à quantidade reduzida de pessoal médico e não-médico, Helena Jorge refere que é muito difícil manter as situações sobre controlo de maneira a dar o melhor cuidado e tratamento possível aos doentes. A enfermeira refere ainda que o cansaço acumulado devido às muitas horas extraordinárias que se faz aumenta em muito a susceptibilidade dos enfermeiros cometerem erros. “É um abuso físico e psicológico aos enfermeiros”, afirmou.
A enfermeira alertou ainda para a situação de saúde dos profissionais do Serviço de Urgência. “Alguns estão em burnout, outros estão em apoio psicológico. O cansaço extremo impede-os, muitas vezes, de fazer as funções como deviam”, afirma.
Joana Nunes, enfermeira do Serviço de Urgência descreveu ao NS o que se passa no interior da urgência. “Há muitos doentes, estão colados uns aos outros, alguns com bactérias multirresistentes e não conseguimos fazer o isolamento que é necessário. Há poucos recursos e os doentes vão apresentando cada vez mais debilidades, o que inspira mais cuidados. Não conseguimos dar privacidade aos doentes, não temos condições de segurança. Não conseguimos dar resposta em tempo útil muitas vezes”.
A enfermeira clama ainda por melhor planeamento estratégico e por soluções definitivas em vez das “soluções penso rápido” que a administração tem apresentado, como deslocar enfermeiros de outros serviços, desfalcando-os.
Por parte da administração do HDS a única resposta directa que tiveram partiu do enfermeiro director, que se mostrou disposto a dialogar com os enfermeiros.
O NS tentou chegar à fala com a administradora do HDS, Ana Infante, que se negou a prestar qualquer declarações ao jornalistas, sendo solicitado aos membros da comunicação social para remeterem qualquer pergunta via e-mail, que não foi respondido até à hora desta publicação.
Enfermeiros vão assinar escusas de responsabilidade por erros cometidos
Os enfermeiros vão endereçar uma carta de escusa de responsabilidade ao Conselho de Administração, ao Conselho de Ética do HDS, ao Ministro da Saúde e ao Director Executivo do SNS escusando-se à responsabilidade sobre eventuais erros cometidos devido à sobrelotação do serviço, ao cansaço acumulado e à falta de profissionais.
A carta deixará ainda explícito que as culpas deverão recair sobre a administração do HDS pela falta de planeamento que culminou em toda esta situação.
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