Costa afirma que legado de Saramago é um forte laço que une Portugal e Espanha

15 Março 2023, 8:32 Não Por Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje que o legado do escritor José Saramago, Nobel da Literatura em 1998, é um forte laço que liga os dois países ibéricos, que trabalham para aprofundar as suas relações bilaterais.

Esta posição foi transmitida por António Costa na sua conta na rede social Twitter, após ter visitado com o líder do executivo espanhol, Pedro Sánchez, a Casa Museu José Saramago, em Lanzarote, na véspera da abertura formal da 34.ª Cimeira Luso Espanhola.

“O legado de José Saramago é um forte laço que liga Portugal e Espanha. Não podia ter começado melhor esta deslocação a Lanzarote”, escreveu o primeiro-ministro português.

Na mesma mensagem, António Costa acrescentou que a visita com Pedro Sánchez à Casa Museu José Saramago “foi um momento de celebração da cultura que nos une”.

“Continuamos a trabalhar em conjunto para uma relação sempre mais sólida”, referiu o líder do executivo português.

Também Pedro Sánchez escreveu no Twitter que “a herança e o legado de José Saramago sempre unirão Espanha e Portugal”, numa publicação acompanhada de fotografias registadas durante a visita à casa do escritor português.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e o homólogo espanhol, Pedro Sánchez, visitaram ao fim da tarde de hoje a casa do escritor José Saramago na ilha de Lanzarote, no arranque da 34.ª cimeira ibérica, sem terem feito declarações aos jornalistas.

Costa e Sánchez visitaram a casa do prémio Nobel da Literatura de 1998, acompanhados pela mulher do escritor, Pilar del Rio, e pelos ministros da Cultura de Portugal, Pedro Adão e Silva, e de Espanha, Miquel Iceta.

O primeiro-ministro, acompanhado de dez ministros, chegou ao final da tarde a Lanzarote, no arquipélago das Canárias, para a 34.ª cimeira ibérica, que decorre até quarta-feira.

À chegada a Lanzarote, António Costa foi recebido pelo líder do governo espanhol, o também socialista Pedro Sánchez, na residência oficial do governo de Espanha na ilha, conhecida como La Mareta, onde trocaram presentes, segundo fontes dos dois executivos.

António Costa ofereceu a Sánchez o livro “Viagem a Portugal”, de José Saramago, e recebeu também um livro, “Lanzarote arquitetura inédita”, de Cesar Manrique, o artista, arquiteto e ativista ambiental nascido em Lanzarote em 1919.

Os trabalhos oficiais da 34.ª cimeira ibérica decorrem na quarta-feira, com foco no intercâmbio cultural, na agenda da União Europeia e na estratégia transfronteiriça comum.

A 34.ª cimeira Luso Espanhola ocorre apenas quatro meses depois da anterior, em novembro, em Viana do Castelo, sobretudo por causa da agenda interna de Espanha neste ano, com eleições regionais e municipais em 28 de maio, eleições legislativas gerais em dezembro, e a presidência do Conselho União Europeia (UE) a partir do segundo semestre.

O encontro entre os dois governos arrancou hoje, com uma agenda prévia que incluiu a visita de Costa e Sánchez à casa museu de José Saramago em Lanzarote, onde o Nobel da Literatura viveu a partir da década de 1990.

José Saramago, para os dois governos ibéricos, “é o símbolo dos fortes elos culturais” existentes entre Portugal e Espanha.

Entre os diferentes acordos que serão assinados em Lanzarote, o Governo português destaca precisamente o referente à programação cultural cruzada entre Portugal e Espanha, que será dedicada aos 50 anos da democracia. Um tema em que se pretenderá realçar o contributo dos agentes culturais portugueses e espanhóis nos processos de transição democrática dos dois países ibéricos em 1974 e 1975.

Segundo fontes dos dois executivos, serão assinados mais de uma dezena de memorandos nesta cimeira, em áreas relacionadas com a cultura, coesão territorial, educação, saúde, ciência ou ensino superior, entre outros.

Em relação às questões europeias, os dois governos destacam o alinhamento de Portugal em matérias como a governação económica ou energia, área em que se realça o “mecanismo ibérico” para limitar o preço do gás usado para produzir eletricidade e o projeto dos gasodutos para transportar hidrogénio entre a Península Ibérica e França (H2MED).

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