“Coruche tem um potencial turístico muito grande”, afirma Presidente da Câmara de Coruche

10 Dezembro 2021, 16:55 Não Por João Dinis

Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche, salientou o “grande potencial turístico de Coruche”, agora emanado na nova estratégia para o Turismo de Coruche, apresentada esta quinta-feira, num plano a cinco anos, 2021-2026, depositando grande esperança que esta venha a ser uma importante alavanca para a economia do concelho.

Depois de aprovada uma candidatura a fundos europeus, o município colocou nas ‘mãos’ da consultora IPDT a realização de um plano estratégico que pudesse ser um guia para os próximos cinco anos, sobretudo no que diz respeito ao turismo, e paralelamente ao crescimento de todas as actividades económicas do concelho, e isso deixou o autarca satisfeito. “Esta apresentação da nossa estratégia do turismo para Coruche, que agora foi apresentada ao público, é um trabalho que andamos a desenvolver já há algum tempo, aliás o município de Coruche tem feito um grande trabalho na promoção do território e divulgação deste nosso território”, começa por referir, acrescentando que “com esta estratégia que vem de certa forma caracterizar aquilo que é opinião dos agentes locais, em termos das necessidades do concelho, mas também identificar aquilo que é o valor económico que o turismo representa para Coruche, e para a região”. “O resultado desta estratégia tem muito a ver com aquilo que se foram os indicadores que todos deram para que nós pudéssemos montar esta estratégia e aquilo que são dados nacionais.”, refere.

Para Francisco Oliveira, “o turismo em Coruche tem um potencial muito grande”, referindo que o concelho tem potencial “naquilo que é o nosso património natural, a nossa cultura, a nossa identidade, as nossas tradições”, pelo que e “é preciso trabalhar todo esse património, e trabalhá-lo com as associações locais, com os agentes económicos, com as entidades que tutelam esta componente do Turismo, para que nós consigamos também divulgar ainda mais esta nossa imagem de marca associada à cortiça, e ao facto de sermos a capital mundial da cortiça e este património tão importante”.

Desta nova estratégia apresentada resulta um documento que é um “guião para os próximos cinco anos”, que irá permitir “que façamos um conjunto de acções, umas da responsabilidade da autarquia, outras de responsabilidade dos privados, e grande parte delas em conjunto, para que consigamos trazer mais turismo para a região” que irá certamente significar “mais economia, mais emprego e significará eventualmente até mais residentes”, pois “o turismo pode ser uma aposta até para inverter este ciclo de tendência de perda de população”, uma vez que “algumas pessoas acabam por visitar gostar e ficar”, disse-nos o autarca.

Se o objectivo de atingir um aumento do número de turistas em Coruche for alcançado, isso será também importante “para os nossos agentes locais, para a restauração no âmbito da gastronomia, para o alojamento local e para a componente hoteleira”, onde este reconhece que “temos um défice brutal de camas, ou seja, o município de Coruche dispõe cerca de 93 camas e 93 alojamentos, o que é manifestamente pouco face àquilo que é a capacidade que pode ainda ter.

Além das vertentes da restauração e alojamento, Francisco Oliveira destacou também “as componentes associadas aos desportos náuticos no rio Sorraia, à caça, à pesca, associadas ao balonismo, e a e ao grande potencial também que o balonismo tem…”.

Para o Presidente do Município de Coruche “foi gratificante também para mim, e são boas notícias no final do ano, ver este auditório completamente cheio pela primeira vez quase que depois da pandemia”, referindo que “é com esta expectativa que todos os parceiros e os agentes económicos colocaram na apresentação desta estratégia, que é um documento que está bem elaborado, está sintetizado, duma leitura fácil e acessível, mas que dá aqui um conjunto de indicadores que são importantes para nós fazermos agora a navegação durante os próximos cinco anos”, disse.

Turismo como alavanca da economia local

Questionado se o turismo seria também uma importante ‘alavanca’ para a economia local, Francisco Oliveira foi perentório em afirmar, que “claro que sim, o concelho de Coruche depende aliás do conjunto de actividades, desde logo o sector primário relacionado com a nossa agricultura, também a área de serviços e obviamente a componente turística, tem aqui um peso muito grande, até porque nos últimos anos, de 2015 a 2018, cresceu cerca de 18 por cento”, o que se revelou “um bom indicador daquilo que é o crescimento da componente turística”, o que significa que “a par da aposta na componente económica do desenvolvimento económico da relacionadas com o agroalimentar com o agroflorestal e com a agro indústria com o até às novas tecnologias, nós queremos também obviamente apostar naquilo que nós temos de melhor, e que nós temos melhor é a nossa terra, o nosso sol, as nossas florestas de montado de sobro, o nosso rio Sorraia, a nossa gastronomia, as nossas tradições associadas às festividades”, bem como um conjunto de actividades que “nós realizamos para promover Coruche, como os Sabores do Touro Bravo, os campeonatos de triatlo ou de aquatlo, tudo o que tem a ver com a componente desportiva, as 24 horas de BTT, tudo o que são momentos que em determinada circunstância promovem a visitação e atractividade do concelho e promovem a componente turística”.

Em jeito de conclusão o Presidente do Município de Coruche salienta que agora “é preciso agregar todas essas iniciativas, agregar todos aqueles que intervêm nessas iniciativas, e pôr toda esta gente a trabalhar em conjunto no sentido de podermos diversificar aquilo que é o nosso produto turístico, para constituir uma oferta diferenciadora face àquilo que são os produtos turísticos do litoral, da praia, do Museus de Lisboa ou de outros interesses culturais”.

Orgulho no trabalho desenvolvido

Desafiado a responder-nos se este documento, a par da abertura da nova zona industrial eram uma resposta aos que muitas vezes criticam o trabalho do município, Francisco Oliveira responde-nos de forma clara, “eu tenho muito orgulho naquilo que é o trabalho que temos vindo a fazer”, ainda que reconheça que “por vezes é um trabalho que é quase como o crescimento do sobreiro e da cortiça, às vezes demora algum tempo, mas aparecem resultados e são demonstrados publicamente esses resultados.

Para o autarca “esta componente da estratégia é uma evidência, a disponibilidade de áreas industriais, se calhar somos os únicos aqui a sul do distrito que temos neste momento área empresarial para oferecer, somos os únicos que temos estas dinâmicas económicas, no sentido de termos incentivos fiscais para aqueles que se queiram fixar no concelho, se somos um município com mais bolsas de estudo tem para oferecer aos estudantes do concelho de Coruche, somos um município que tem programas de habitação direccionados para as pessoas que pretendem ir morar para as zonas de ARU, ou ainda que não pretendam, programas sociais no sentido de apoiar”, são a resposta aos críticos, referindo este novamente que “tenho muito orgulho naquilo que é a capacidade dos nossos técnicos, em serem criativos e às vezes inventivos de soluções para nós”.

Todo este trabalho desenvolvido pelo município tem como objectivo “inverter estas tendências negativas, quer em termos económicos, quer em termos sociais, quer em termos de permanência das pessoas no concelho, portanto isto demonstra que nós temos vindo a fazer um trabalho ao longo do tempo estruturado, um trabalho assente naquilo que é a estratégia que queremos para Coruche, que é uma estratégia de desenvolvimento associada à qualidade de vida que nós temos e queremos manter”,  ou seja, “o nosso concelho tem de facto uma qualidade de vida inegável, comparativamente àquilo que são as áreas urbanas, e portanto dizer que queremos manter essa qualidade de vida e queremos manter a nossa ruralidade e identidade associada à tauromaquia, às Festas do Castelo e tudo mais, mas queremos mais empresas que possam gerar riqueza e que possam gerar emprego, queremos mais casas para habitação, para poder disponibilizar, queremos mais estratégias do turismo, para termos mais turistas em Coruche porque temos essa capacidade e temos essa visão que nos permite definir estas estratégias, coisa que nós não vemos em todo o lado, ou pelo menos não vemos com esta regularidade”, diz-nos.

Outro dos exemplos que este nos deu, foi a recente atribuição á Tiragem da Cortiça de Coruche, de Património Cultural. “Dizer que foi um orgulho muito grande, com a atribuição do registo do tirador de cortiça e da tiragem de cortiça por parte da DGPC no Inventário do Património Cultural Imaterial, demonstra que de facto nós estamos sempre a trabalhar, de uma forma continuada, na promoção do território”, o que significa “estar atento a novas oportunidades, e é isso que nós queremos estar sempre atentos a novas oportunidades para conseguirmos de facto sermos melhores mais competitivos e mais produtivos”, concluiu.

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