Coruche acolhe peregrinos do Alentejo (com Fotos)

8 Maio 2023, 23:50 Não Por João Dinis

Coruche tem nos últimos dias acolhido centenas de peregrinos, que oriundos do Alentejo, sobretudo dos distritos de Évora e Beja, pernoitam e ganham força e alento para prosseguir a sua jornada de fé rumo a Fátima, onde vão chegar até ao dia 13 de maio.

Um desses grupos saiu de Reguengos de Monsaraz e Portel no sábado, e chegou na tarde desta segunda-feira, 8 de maio a Coruche.

Segundo explica ao NS Maria Margarida Carmo, carinhosamente tratada por todos por “Bia”, este grupo iniciou as suas peregrinações há 23 anos, e nem mesmo a pandemia fez com que a fé demovesse os peregrinos de ligarem Reguengos de Monsaraz a Fátima.

O grupo deste ano é constituído por 74 pessoas, mais do dobro do ano passado, o primeiro no “pós pandemia”, composto por pessoas oriundas das Paróquias de Portel e Reguengos de Monsaraz, que iniciaram no sábado a sua viagem, que pretendem concluir na próxima quinta-feira, com uma emotiva chegada a Fátima.

Na base do foco do grupo que irá fazer paragem em Coruche, depois de já ter pernoitado em Montemor, está o “agradecimento e o pedir”, de todos os aqueles que são levados pela devoção.

Os peregrinos alentejanos pernoitam em Coruche, sobretudo nos locais cedidos pela Santa Casa da Misericórdia, que anualmente abre os seus espaços, como a Praça de Touros, onde estes vão poder descansar e retemperar forças, com o apoio de algumas associações locais, que prestam também alguns cuidados de saúde.

A saída de Coruche far-se-á pela manhã rumo a Almeirim, onde vão ficar, tendo ainda paragem marcada na Louriceira, antes da chegada a Fátima.

Presidente da Câmara integra grupo

Entre os 74 peregrinos que partiram de Reguengos de Monsaraz, está a Presidente da Câmara Municipal, Marta Prates, que referiu ao NS que esta que é a sua primeira peregrinação tem como motivação o agradecimento.
“Eu fiz 50 anos este ano, em Janeiro, e achei que era a altura de fazer o que tinha vontade de o fazer há muito tempo”, diz-nos a autarca, “em 50 anos de vida temos muita coisa para agradecer, não é?”, pelo que “foi muito isso que me trouxe cá agora”, ainda que seja “um caminho duro, mas é um caminho que nos dá tempo para refletir bastante, dá-nos tempo, de facto, para pensarmos nas nossas coisas, nas nossas pessoas”.

Para a autarca os primeiros dias tem sido muito duros, “sinto dores, sobretudo na parte dos pés, mas toda a gente tem mazelas, não há ninguém no grupo que não tenha alguma dor”, mas “a fé, a esperança e vontade de chegar”, são motivações para que seja “como a nossa vida, vamos vencendo etapas” até se chegar ao destino, que esta quer que seja o “Altar do Mundo”.

Carros de apoio e GNR são fundamentais para a caminhada

Fundamental para os peregrinos é a alimentação e a hidratação, bem como a segurança na estrada, que este ano foi reforçada com a presença da GNR.

Cada grupo de peregrinos tem um, ou mais, carros de apoio, que são fundamentais para o sucesso da missão de fé. Nos carros são trazidos todos os mantimentos e preparados os lanches e hidratação para a caminhada.

Um lanche ou um simples copo de água fresca são essenciais para que se reforcem as forças, numa fé que alimenta a alma da motivação necessária de levar por diante a caminhada de mais de 200 quilómetros.

No percurso no concelho de Coruche que o NS acompanhou destacou-se também a forte presença da Guarda Nacional Republicana (GNR), que empenhou diversos militares na segurança dos peregrinos, sobretudo na complicada travessia do Vale do Sorraia, onde as estradas não possuem bermas que garantam a segurança dos peregrinos, que obtiveram assim um reforço na sua visibilidade.

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