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Cortiça é cada vez mais um produto de arte e saber fazer
3 Março 2025, 10:36Coruche recebeu no último sábado um encontro de “sabedores do fazer” na arte de trabalhar a cortiça, que num encontro onde se pretendia fazer uma reflexão e passagem de conhecimentos, abordaram temáticas importantes como a preservação e inovação dos ofícios tradicionais, bem como dar continuidade a estas práticas no mundo da inteligência artificial.
No Observatório do Sobreiro e da Cortiça reuniram-se um conjunto de mestres da arte de trabalhar a cortiça, Arlindo Pirralho, Paulo Nunes, Adélio Real e António Luz, que com moderação de Carlos Faísca abordaram as diversas técnicas de transformar uma peça de cortiça numa utilidade, ou numa simples peça de decoração.
Este encontro esteve inserido num programa imersivo sobre a cortiça e o saber-fazer tradicional, que decorreu durante três dias em Coruche e Ponte de Sor, promovido pelo Programa Nacional Saber Fazer Portugal em parceria com o Município de Coruche e o Plano Nacional das Artes.
Ao longo dos três dias jovens e seniores tiveram a oportunidade de aprender com as mãos na cortiça. A 27 e 28 de fevereiro, as oficinas de Adélio Real e António Luz proporcionaram um mergulho prático nas técnicas ancestrais, da confeção de peças utilitárias ao requinte do bordado geométrico. Em Ponte de Sor, a exposição Produção Artesanal Portuguesa trouxe uma perspetiva sobre a atualidade do saber-fazer ancestral, incentivando um olhar mais atento para a produção artesanal contemporânea.
Este programa, que tinha como objetivo garantir que o conhecimento não se perde, mas se reinventa e partilha, conseguiu aproximar a comunidade dos valores da sustentabilidade, do trabalho manual e da riqueza da cortiça.