Constrangimentos na urgência do Hospital de Santarém condicionam o socorro à população

Os constrangimentos que têm encerrado alguns serviços de urgência do Hospital Distrital de Santarém trazem condicionamentos à prestação de cuidados médicos às vítimas e também condicionam a prestação de auxílio rápido às populações. O lamento é feito pelo comandante dos Bombeiros Municipais do Cartaxo, Vítor Rodrigues, à margem das comemorações dos 87 anos da corporação, na manhã de sábado 25 de Novembro.

Ao NS, Vítor Rodrigues explica que os tempos dos serviços têm aumentado drasticamente, deixando a corporação mais tempo sem conseguir responder a ocorrências. “Às vezes temos duas ambulâncias em Lisboa porque a urgência em Santarém está fechada”, firma o Vítor Rodrigues, explicando que têm transportado vítimas para vários pontos do distrito ou para Lisboa. Isto implica que uma ocorrência que deveria demorar meia hora ou 45 minutos passa a demorar duas ou três horas, dependendo para onde o Centros de Orientação de Doentes Urgentes encaminhe a viatura. “Chegamos a transportar vítimas para Abrantes, Tomar e Lisboa, porque não pode receber tratamento em Santarém”, vinca o comandante.

O facto de se encaminhar doentes da zona de influência de um serviço de urgência para outro hospital causa também um entupimento do serviço, projectado para absorver a população da sua zona de influência, o que causa uma sobrecarga de pacientes, resultante em tempos de espera longos, mais horas de trabalho para os profissionais, que se têm escusado a cumprir mais do que as 150 horas extraordinárias anuais obrigatórias.

Relembre-se que ainda na sexta-feira, 24 de Novembro, uma parturiente acabou por dar à luz a caminho do Hospital de Abrantes, proveniente de Almeirim, uma vez que a urgência de obstetrícia do Hospital Distrital de Santarém estava encerrada.