A Companhia das Lezírias, que tem tido ao longo dos anos no setor do Turismo uma forte aposta, viu a administração liderada por Eduardo Oliveira e Sousa, olhar de outra maneira para o setor, profissionalizando-o, tendo criado mesmo um departamento dentro da empresa pública, olhando agora para o futuro da atividade de uma forma mais entusiasta.
Esta quinta-feira, o Administrador da Companhia da Lezírias visitou o stand da empresa na BTL de Lisboa, e revelou ao NS que Braço de Prata é um “diamante por lapidar”, estando a empresa à procura de “quem o saiba trabalhar” de modo a potenciar as suas atividades, num território único na região.
NS – Mais uma BTL e mais uma presença da Companhia das Lezírias, num certame que se revela fundamental para a atividade turística da empresa…
Eduardo Oliveira e Sousa – É um facto. O turismo é uma atividade que está cada vez a ganhar maior expressão na região do Ribatejo. Por alguma razão, o Ribatejo é o destino convidado no certame.
A Companhia das Lezírias tem na sua missão enaltecer e dar maior crescimento às atividades turísticas que podem ser desenvolvidas no território, não só em torno dos animais, mas também em torno do próprio território. Turismo rural, turismo de natureza, observação de avifauna, são tudo ações que já estão presentes na Companhia.
Se nós não aparecermos, “quem não aparece, esquece”, como diz o velho ditado, por isso, é fundamental estarmos presentes.
E no ano em que o Ribatejo é elevado a destino nacional ou preferencial, tínhamos que estar, marcar presença e é isso que nos traz aqui.
NS – A Companhia das Lezírias tem um vasto leque de produtos turísticos, o cavalo, o enoturismo, o Evoa, Alter do Chão… muitos produtos para quem queira desfrutar da Companhia das Lezírias e da natureza…
Eduardo Oliveira e Sousa – Mas há ainda mais produtos em exploração. Não obrigatoriamente explorados por nós, mas que nos podem integrar, como seja, por exemplo, o turismo fluvial. O rio Tejo está a ganhar expressão no turismo fluvial.
Os passeios turísticos que passam pela Companhia das Lezírias, seja por passeios do rio, seja por passeios automóveis, a Estrada Nacional 118 começa a ser um destino – também um roteiro, o roteiro do vinho associado à 118, roteiro do cavalo e do toiro, também associado à 118, portanto, há um conjunto de atividades onde a Companhia das Lezírias está naturalmente integrada.
Temos é que profissionalizar melhor as atividades turísticas que podem ser feitas na companhia para ganhar escala e criar mais valor, é essa a nossa intenção.
NS – Alter do Chão e o Evoa são dois investimentos consolidados, mas Braço de Prata tem algumas infraestruturas que podem ser adaptadas…
Eduardo Oliveira e Sousa – Braço de Prata é dos poucos sítios em Portugal onde se podem praticar, por exemplo, em simultâneo e no mesmo terreno, todas as disciplinas do concurso equestre, os saltos, a equitação de trabalho, a dressage, o concurso completo, a atrelagem, tudo se pode realizar ali.
Braço de Prata tem um potencial enorme, está a meia hora de Lisboa. Está rodeado de natureza e por isso só pode ser um potencial um diamante que caminha para ser um brilhante. E, portanto, o nosso trabalho agora é encontrar quem saiba lapidar como deve ser aquele diamante que não está em bruto, mas que precisa de ser aprimorado para tirar partido desta indústria em crescimento e que pode potenciar muitíssimo a atividade turística na Companhia das Lezírias.
NS – Estão à procura de um investidor como em Alter do Chão?
Eduardo Oliveira e Sousa – Não estamos à procura de um parceiro único, estamos à procura de parceiros e de clientes.
Havendo necessidade de internamente, profissionalizar a estrutura, é isso que está a ser feito. Criámos um departamento de turismo que vai abraçar as diferentes componentes do turismo dentro da Companhia, nomeadamente o Evoa, como falou, ou o turismo equestre podem estar conjugados.
O enoturismo associado à produção de vinho e comércio dos nossos vinhos, o turismo de natureza, a estadia e a visitação, tudo isto pode ser interligado umas vezes com mais parcerias, outras vezes com menos parcerias.
Aquilo que aconteceu em Alter foi diferente. Em Alter a chegada de um profissional de hotelaria que melhorou as infraestruturas, construiu o hotel e tem parcerias com a Companhia das Lezírias na “sintonização” de atividades equestres que possam ser observadas pelos clientes.
E nós também termos uma capacidade de oferta de instalação a quem vai, por exemplo, fazer um concurso nas instalações de Alter do Chão. Ali não é o turismo mais puro e duro de negócio é uma área de negócio que nós temos que melhorar e potenciar.