Comerciantes de Santarém pedem mais policiamento de proximidade
29 Janeiro 2025, 8:03Barricadas para o interior das lojas, melhorias para os sistemas de alarme e “um pai nosso e uma avé maria”, são algumas das coisas que os comerciantes do Centro Histórico de Santarém têm utilizado para combater a crescente onda de criminalidade que espoletou recentemente um pouco por toda a cidade de Santarém.
Os comerciantes pedem mais presença da polícia nas ruas do Centro Histórico e acusam as autoridades de “se preocuparem mais com os carros mal estacionados do que com a segurança dos comerciantes”, como lamentou Pedro Henriques ao NS. O proprietário da retrosaria PontoTextil, na Rua Primeiro de Dezembro há cerca de 10 anos, explicou ao NS que os assaltos a estabelecimentos no centro histórico sempre foram um problema para os comerciantes, mas que nos últimos meses se têm intensificado.
“Se a Câmara aumentar a hora limite em que se tem que pagar parquímetro para a madrugada, se calhar passa a haver menos assaltos”, afirmou com ironia Pedro Henriques.
Desde sexta-feira foram registados três assaltos a estabelecimentos, um deles à mão armada em pleno dia, e pelo menos mais três assaltos na via pública, segundo apurou o NS junto de fonte policial.
Carla André, funcionária da papelaria Agência de Jornais e Notícias, na Rua Capelo e Ivens, conta ao NS que tem cada vez mais receio de abrir ou fechar o estabelecimento sozinha. “É muito raro ver um polícia a passar aqui. Se vejo um por semana é muito!”, lamenta, deixando o apelo a que os agentes da autoridade se façam mostrar cada vez mais, nem que seja como forma de desincentivar os meliantes a cometer crimes.
“É rezar um pai nosso e uma avé maria para que não me aconteça nada enquanto aqui estiver”, vinca Carla André.
Na Loja das Tradições, um dos estabelecimentos mais frequentados do Centro Histórico, as queixas são similares. Um dos funcionários, que preferiu manter o anonimato, explicou ao NS que é muito mais frequente ver polícias afetos à esquadra de trânsito a fiscalizar os carros que pagaram, ou não, o parquímetro do que em missão de policiamento de proximidade.
Nos últimos dias foram várias as vítimas dos amigos do alheio, com a onda de crimes a espalhar-se por toda a cidade. No centro da cidade há registo de um assalto à mão armada, com recurso a uma arma branca e pelo menos mais dois assaltos na via pública. Também uma barbearia e um cabeleireiro foram assaltados durante a madrugada de domingo.
Na Zona Industrial a empresa Ribatubos e o restaurante Caravela foram visitados por ladrões. Na zona da Várzea há registo de três assaltos a residências, uma delas a dos proprietários do restaurante “O Brandão”, que também foi assaltado. Na Portela das Padeiras o café “O Sobreiro” também foi alvo de um assalto durante a madrugada.
Em declarações ao NS, o oficial responsável das Relações Públicas do Comando Distrital da PSP de Santarém garantiu que o patrulhamento está a ser aumentado como forma de dissuasão de atos criminosos. O oficial explicou ainda ao NS que a suspeita recai sobre grupos diferentes, já que os modus operandis dos assaltos não são similares.
A Câmara Municipal também já anunciou que vai expandir a cobertura das zonas com videovigilância 24 horas, especialmente nas imediações das zonas escolares.