O cabeça de lista da coligação Santarém Cidadã (Livre/BE), Pedro Mendonça, defendeu hoje uma nova abordagem à mobilidade e à habitação, com propostas centradas na gestão pública dos transportes e no reforço da habitação acessível.
Em declarações à Lusa, durante uma ação de campanha junto à rodoviária de Santarém, Pedro Mendonça sublinhou que “a mobilidade tem de ser pensada com começo, meio e fim”, apontando a gestão pública dos transportes como essencial para garantir acessibilidades adequadas às necessidades locais.
“Só as autarquias conhecem verdadeiramente os seus territórios e as suas populações. A concessão a privados não tem respondido às exigências da cidade e das freguesias”, afirmou.
Entre as propostas da coligação está a criação de uma rede de mini carreiras de bairro com autocarros pequenos, híbridos ou elétricos, que permitam maior rotatividade e cobertura territorial.
“Não somos contra o carro, mas queremos que as pessoas tenham liberdade de escolha e, para isso, é preciso uma rede de transportes públicos eficaz”, disse.
Pedro Mendonça defendeu ainda a ligação permanente entre os “três corações da cidade” — São Domingos, Planalto e Ribeira — através de transportes públicos frequentes e com sinalética acessível, criticando o atual estado das ciclovias e apelando à sua requalificação com apoio técnico especializado.
“É preciso aumentar a rede ciclável e garantir segurança para quem opta pela mobilidade suave, como bicicletas elétricas e trotinetes. Os jovens já fazem essa escolha, mas as infraestruturas não acompanham”, alertou.
Sobre o projeto do funicular proposto pelo executivo, com o objetivo de ligar o Planalto à Ribeira e à estação de comboios, o candidato considerou-o “um investimento desnecessário”, defendendo que só com a divulgação do plano de mobilidade da câmara será possível avaliar a sua viabilidade.
“Existem alternativas mais baratas e eficazes, como escadas rolantes descobertas ou rampas mecânicas”, exemplificou.
Na área da habitação, Pedro Mendonça reiterou que é a prioridade da sua candidatura, propondo um investimento anual entre cinco a seis milhões de euros em habitação pública, financiado através da capacidade de endividamento da autarquia.
“O preço das casas subiu 44% nos últimos quatro anos, enquanto os rendimentos cresceram apenas 18%. É insustentável”, afirmou, defendendo o aproveitamento de imóveis devolutos, públicos e privados, e a majoração de 50% nas rendas acessíveis para famílias monoparentais.
O candidato defendeu ainda a necessidade de um plano integrado para a zona da estação ferroviária, que contemple estacionamento seguro, zonas para táxis, TVDE e autocarros, criticando a ausência de soluções técnicas públicas por parte do executivo.
Na vertente ambiental, Pedro Mendonça destacou o projeto “bairros verdes”, que prevê arborização estratégica, instalação de painéis solares em edifícios e promoção de jardins como forma de combater as alterações climáticas e melhorar a qualidade de vida.
“Negar a emergência climática é negar o futuro. Santarém é uma das cidades mais quentes do país e precisa de soluções sustentáveis e bonitas”, salientou.
O executivo municipal de Santarém é atualmente composto por quatro eleitos do PSD e quatro do PS, num acordo de governação que distribui pelouros entre os dois partidos. O Chega tem um vereador.
Para as eleições de domingo, são candidatos à presidência da Câmara Municipal de Santarém o atual presidente da câmara, João Leite (Coligação PSD/CDS-PP), Pedro Ribeiro (PS), José Rui Raposo (CDU), Pedro Correia (Chega), Pedro Mendonça (coligação Livre/BE) e Rodrigue Devillet Lima (IL).






